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Com apagão em hospital, médicos operam com luz de celulares

"Foi um sufoco, ficamos na mão de Deus", disse o diretor da instituição de Osasco

Por Ana Carolina Soares
Atualizado em 5 dez 2016, 13h38 - Publicado em 7 jan 2015, 21h25

A equipe médica do Hospital Municipal e Maternidade Amador Aguiar, em Osasco, viveu um drama que parece enredo de filme na noite da segunda (5). O local ficou sem luz das 21h até as 2h da madrugada de terça. Diante da situação, duas enfermeiras pegaram seus celulares a fim de iluminar parte da sala de cirurgia, na meia hora final de um procedimento de emergência.

Além disso, três médicos se revezaram ao longo de quatro horas e meia para bombear manualmente equipamentos que mantinham vivos dois recém-nascidos na UTI neonatal. “Foi um sufoco, mas todos os pacientes passam bem”, disse Marcos Schuler, diretor técnico do hospital.

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O drama começou às 16h, quando houve uma interrupção no fornecimento de energia da rua. O gerador do hospital foi acionado, mas o equipamento parou de funcionar por volta das 21h.

Naquele momento, uma equipe com duas cirurgiãs e três enfermeiras operavam uma mulher de 19 anos. Ela havia chegado naquela tarde com fortes dores abdominais, foi diagnosticada uma gravidez extrauterina e precisou passar por uma cirurgia de emergência para a retirada de uma das trompas.

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“Por uma questão ética, não podemos divulgar o nome de nenhum envolvido, mas foi uma situação bem dramática”, diz Schuler.

Às 21h, com o gerador inoperante, a sala ficou completamente escura. A equipe que costurava o abdômen da paciente levou um susto. “Todos tiveram a mesma reação instintiva de procurar o celular”, conta Schuler. As cirurgiãs pediram para duas enfermeiras buscarem no balcão os smartphones delas e concluíram procedimento. Foi meia hora operando apenas com a luz de dois celulares.

“No final, elas foram à minha sala. Estavam tensas, mas satisfeitas porque tudo deu certo”, conta Schuler. As médicas seguiram com o plantão de doze horas e realizaram outro parto na madrugada (depois que a luz da rua havia voltado). Às 7h, as médicas voltaram para casa. A paciente passa bem e deverá ter alta na sexta (9).

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No total, o hospital ficou dez horas sem energia. A equipe guarda sete protocolos de doze ligações para a AES Eletropaulo, responsável pelo fornecimento no local, solicitando o reparo. Segundo comunicado da empresa, hospitais são prioritários e houve uma falha de atendimento no caso.

“Volta e meia tem ocorrido falha nesta região. Foi um sufoco e ficamos na mão de Deus. Para não passar por isso de novo, ontem mesmo locamos um segundo gerador”, diz Schuler.

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