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Dia das Mães: a primeira vez a gente nunca esquece

Conheça a história de cinco mulheres que enfrentaram desafios diversos para celebrar a data

Por Sandra Soares
Atualizado em 5 dez 2016, 19h23 - Publicado em 18 set 2009, 20h34

Mesmo quem não dá a mínima para as festas do calendário não consegue ficar indiferente ao segundo domingo de maio. Afinal, todo mundo é ou já foi filho. E, bem, mãe é mãe. Para as cinco mulheres reunidas nesta reportagem, no entanto, as celebrações deste fim de semana têm um significado muito especial. A comerciante Meire Valenta foi presenteada em dose dupla depois de enfrentar os difíceis tratamentos associados à infertilidade; a estudante Bruna Coelho experimenta os conflitos de ser mãe aos 17 anos; com sua cesariana marcada para o próprio domingo, a psicopedagoga Camila Quevedo se prepara para a festa na maternidade; a técnica em contabilidade Katia Figueredo estará ao lado da menina indígena que adotou em Mato Grosso do Sul; e a endocrinologista Elaine Davini não vê a hora de descobrir o sexo da criança que espera há cinco meses. Com histórias de vida tão diferentes, essas paulistanas estreitam seus laços neste dia 13: todas vão comemorar o Dia das Mães pela primeira vez. Só falta dizer “mamã”. Com apenas 7 meses de idade, os irmãos Eduardo Alexandre e Anna Beatriz já conseguem balbuciar duas sílabas: “bu” e “ca”. Nas últimas semanas, a mãe dos gêmeos, a comerciante Meire Valenta, de 32 anos, esforçou-se para ensiná-los a falar “mamã”. “Adoraria ser chamada assim no Dia das Mães”, diz. “Nos últimos anos passei essa data rezando para que Deus me desse filhos.” Depois de dois anos tentando engravidar, sem sucesso, Meire descobriu que ela e o marido, o também comerciante Alexandre Valenta, sofrem de baixa fertilidade. “Tínhamos conseguido concretizar projetos materiais, como o de comprar um apartamento”, conta. “Aí deparamos com um sonho que não depende só da gente, tem a ver com sorte, com a natureza…” O casal partiu então para a técnica de inseminação in vitro. Logo na primeira tentativa, Meire engravidou dos gêmeos. “Desde então sou feliz em dose dupla.” Melhor que isso só se as crianças murmurarem “mamã” no domingo. Mas, pelo jeito, só no ano que vem. Até na hora do recreio. Ainda mais acostumada a ser paparicada do que a cuidar de uma criança, a estudante Bruna Coelho, de 17 anos, deixou a cargo da própria mãe, com quem mora, a decisão de como celebrar este domingo. “Vamos fazer um almoço aqui em casa e eu comprarei uma lembrancinha para a Bruna”, conta a jovem vovó Roseli Erba. Até agora a menina não sabe se o namorado, pai do pequeno Matheus, de 2 meses, vai participar da festa. “O Thiago tem de visitar a mãe e a avó. Pode ser que não consiga vir me ver…”, diz Bruna, resignada. O Dia das Mães é aguardado com ansiedade não apenas por ser uma data especial. É que na última semana, depois de dois meses afastada, a garota voltou a freqüentar o colégio onde cursa o 3º ano do ensino médio. Durante as aulas, tenta manter a atenção no professor, o que nem sempre é fácil por causa das noites maldormidas. Decidida a prestar vestibular para enfermagem no fim do ano, Bruna já teme não conseguir entrar numa universidade. “Não é fácil conciliar a maternidade com os estudos”, diz ela, que não desgruda do celular na hora do recreio para saber notícias do rechonchudo Matheus. A festa é na maternidade. As famílias Brito e Quevedo vão comemorar o Dia das Mães com um almoço hospitalar. Elas acompanharão a chegada de Pedro, o primeiro filho da psicopedagoga Camila Quevedo, de 30 anos, e do advogado Alexandre Brito. “Foi uma coincidência marcar a cesariana para este domingo”, diz a gestante. “Como na segunda é aniversário do meu marido, na terça do meu pai e na quarta da minha irmã, optei por fazer o parto antes.” Às 7 horas da manhã, Camila dará entrada na maternidade do Hospital São Luiz, com uma comitiva de pelo menos quinze ansiosos parentes. Na mala, além de roupas para o bebê, levará os presentes da mãe e da sogra. Por causa de uma gravidez complicada – desde janeiro toma remédio para evitar o parto prematuro –, ela não saiu de casa no último mês e comprou as lembranças pela internet. Laços do coração. A técnica em contabilidade Katia Figueredo, de 35 anos, é mãe da pequena Pietra há menos de dois meses. Quem a vê com a menina de 1 ano e 8 meses no colo nem desconfia que as duas, uma a cara da outra, não têm laços de sangue. Katia, cujos avós maternos são índios de uma comunidade da Bahia, encontrou a indiazinha Marcieli (depois rebatizada de Pietra), em um abrigo na cidade de Caarapó, em Mato Grosso do Sul. A garotinha foi levada para lá após sofrer sucessivos maus-tratos por parte da mãe biológica. “Eu deparei com a história dela na internet”, diz. “Decidi ir buscá-la na hora.” O presente de Dia das Mães de Katia veio há duas semanas, quando Pietra falou “papa” pela primeira vez. “Meu sonho era encontrar uma criança por quem meu marido se apaixonasse.” Explica-se. Seu companheiro, o contador Renato Silva, de 34 anos, tem azoospermia (ausência de espermatozóides no sêmen) e por isso ela não conseguiu engravidar. Embora Renato dissesse que aceitaria partir para a adoção, não se esforçava para que ela acontecesse. “Hoje ele e a Pietra são grudados”, comemora Katia. Brilhantes e flores. Nos últimos três anos, a endocrinologista Elaine Davini, de 33 anos, recebeu flores no Dia das Mães. O presente, entregue por seu marido, era dado em nome de Tiffany e Julie, as cadelinhas que ela adotou para tentar aplacar seus impulsos de maternidade, crescentes a partir do 30º aniversário. “Nós queríamos adquirir um apartamento grande antes que eu engravidasse e fomos adiando a hora de ter filhos”, diz a médica. Comprado o imóvel de 140 metros quadrados no bairro da Mooca, há um ano, o casal resolveu que chegara o momento de pôr o velho projeto em prática. Em outubro, Elaine parou de tomar pílula anticoncepcional. Em janeiro, descobriu que estava grávida. Apesar dos fortes enjôos que teve nos dois primeiros meses, só há três semanas ela realmente sentiu que vai ser mãe. “Foi quando o bebê se mexeu pela primeira vez”, conta. “Eu estava dirigindo e comecei a rir sozinha.” No domingo, a médica terá outro motivo para sorrir. Seu marido, o economista Jaime Aguiar, vai presenteá-la com um anel de brilhantes e esmeralda. Tiffany e Julie, claro, mais uma vez lhe darão flores.

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