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“Deus da Carnificina” diverte e promove reflexão

A comédia é exemplo de um espetáculo capaz de cumprir as funções básicas da arte

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 5 dez 2016, 18h08 - Publicado em 22 abr 2011, 00h45

Existe uma missão pouco lembrada no teatro atualmente. Ao escolher um texto, produtor, diretor e elenco deveriam se preocupar com uma pergunta: “afinal, o que queremos dizer?”. Escrita pela francesa Yasmina Reza em 2006, a comédia Deus da Carnificina, em cartaz no Teatro Vivo, passa a mensagem na hora certa. É exemplo de um espetáculo capaz de cumprir as funções básicas da arte: diverte — e muito — a plateia, promove reflexão oportuna e leva a questionar posturas pessoais como coletivas.

Os atores Julia Lemmertz e Paulo Betti formam um casal que vai, um tanto sem vontade, ao encontro de outro (interpretado por Deborah Evelyn e Orã Figueiredo). Precisam resolver um problema envolvendo seus rebentos: o filho deles, de 11 anos, socou e quebrou dois dentes do outro menino em uma briga. A hipócrita troca de gentilezas inicial cede espaço a provocações à medida que os pontos de vista se distanciam, e o perfil de cada um ganha um novo desenho. Afinadíssimo, o quarteto explora contradições amparado pela equilibrada direção de Emílio de Mello. Da discrição submissa ao esculacho, Julia Lemmertz cresce de acordo com a exigência de seu personagem, enquanto Deborah Evelyn transforma arrogância em fragilidade. Mais propensos à caricatura, os papéis de Betti e Figueiredo nascem de estereótipos masculinos para assumir a condição de ausente e sufocado, respectivamente. E, sem piadas explícitas ou apelativas, o público gargalha, pensa nas crianças que ficaram em casa e, infelizmente, nas notícias publicadas pelos jornais.

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