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Cover: a Madonna da Mooca

Verônica Pires dobra o número de shows depois do anúncio da turnê da cantora no Brasil

Por Maria Paola de Salvo
Atualizado em 5 dez 2016, 19h30 - Publicado em 18 set 2009, 20h28

Na tarde da última segunda (8), o produtor de Madonna recebeu uma série de pedidos para entrevistas e sessões de fotos. “Hoje é difícil, a agenda está lotada”, repetiu diversas vezes ao telefone. Nada de anormal, não fosse um detalhe: o alvo do assédio não é a cantora que se apresenta em São Paulo nesta semana, mas sim sua cover Verônica Pires. Desde o anúncio da turnê brasileira da pop star, em agosto, a dublê tem estado bastante ocupada. A média de shows, que era de quatro por mês, subiu para nove em dezembro. Jura que pagam 2.000 reais por um deles. “Recusei seis pedidos só para este sábado”, afirma seu marido, produtor e empresário, Toninho Gulin. “Temos apresentações fechadas até meados do ano que vem.” Entre os compromissos, há festas de fim de ano de empresas e apresentações em casas noturnas, a maioria GLS. “O público gay me adora porque sou uma referência para eles”, diz Verônica. Cidades do interior, como Piracicaba, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, são as preferidas porque lá não há a concorrência com as drag queens que também costumam imitar Madonna. “Sou diferente, porque elas só dublam e eu canto”, conta. Em setembro, Verônica fez seu primeiro e único espetáculo fora do país, em Ciudad del Este, no Paraguai.

A paulistana da Mooca passou a encarnar a diva loira aos 16 anos, depois de ver o documentário Na Cama com Madonna. “Fiquei apaixonada pela atitude e pela segurança dela.” Na época, dublava em festinhas. Durante o dia, circulava pela rua com os cabelos tingidos de amarelo, rabo-de-cavalo, pinta falsa sobre o canto direito do lábio e vestida de preto dos pés à cabeça à la Blond Ambition Tour, turnê mundial de 1990. “Na hora de arrumar emprego, o visual era um problema”, lembra ela, que já foi recepcionista, balconista e locutora de bingo. Só começou a cantar há dez anos. Hoje, aos 34, vive exclusivamente de imitar a cantora. Atualmente viaja pelo Brasil com a turnê Lollypop (pirulito, em inglês). O nome é para lembrar Sticky and Sweet – algo como grudento e doce – atual show da cantora, do qual Verônica copiou também o figurino. Sua apresentação dura cerca de quarenta minutos e mescla hits novos, como 4 Minutes, e antigos, como Like a Virgin. Tudo sem playback, garante ela. Como não fala inglês, decora as letras das músicas para não ficar só no “embromation”, como fazia antigamente. As coreografias ensaia na sala de casa, diante de três espelhos.

Assim como a Madonna de verdade, a cover muda o visual de acordo com a turnê da ocasião. Para se apresentar com os cabelos cacheados, passa seis horas com bobes na cabeça antes de subir ao palco. Com 46 quilos distribuídos em 1,60 metro de altura, Verônica não tem, ao contrário da original, músculos em profusão. Jura que nunca recorreu a plásticas. “Só coloquei lentes de contato para reforçar mais o azul dos meus olhos”, diz ela, que não foi à primeira apresentação de Madonna no Brasil, em 1993, e não pretende ir à segunda, no estádio do Morumbi. “Falta paciência para ficar no meio do povo e enfrentar fila”, afirma. “Só vou se ganhar convite para camarote ou área VIP.”

Vida de dublê

A agenda de Roberto Carlos está mais agitada neste fim de ano. Depois de comparecer a vários compromissos no Brasil, ele embarca daqui a duas semanas para Orlando, nos Estados Unidos, onde fará um show. Só que o Rei, nesse caso, é seu sósia profissional, Raul Nazário. Assim como ele, covers de Tim Maia, Michael Jackson e Ivete Sangalo devem circular bastante por festas e confraternizações de Natal. Esta é a época em que eles mais trabalham. A agência de sósias O Gordo e O Magro, de Guarulhos, tem cinqüenta eventos programados para dezembro. Em geral, são quatro por mês. Dona da empresa, a atriz Nilce Costomski também faz imitações. Há vinte anos, encarna o humorista Stan Laurel, do seriado americano O Gordo e o Magro, e tem outros dois covers na família. Sua filha é Marilyn Monroe e seu genro, Michael Jackson. Além da Madonna Verônica Pires, há 150 outros personagens no casting da empresa. São estrelas como as atrizes Demi Moore e Angelina Jolie, atores como Jim Carrey e Eddie Murphy, cantores como Rita Lee e Zezé de Camargo além de políticos, como o governador José Serra e o presidente eleito dos Estados Unidos Barack Obama. Ídolos internacionais, como Marilyn Monroe e Elvis Presley, são os mais procurados. Para animar festas ou recepcionar convidados por duas horas, eles recebem cachês que variam de 500 a 1 000 reais.

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