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Conheça mais sobre os dez colégios mais bem colocados no Enem

Um mergulho nos dez colégios paulistanos mais bem colocados no Exame Nacional do Ensino Médio, do Ministério da Educação, revela qual é sua fórmula de sucesso: professores bem preparados, cobrança e mais tempo de estudo para os alunos

Por Camila Antunes, Edison Veiga, Fabio Brisolla, Fernando Cassaro e Maria Paola de Salvo
Atualizado em 6 dez 2016, 09h05 - Publicado em 18 set 2009, 20h31

A cultura dos rankings invadiu um espaço tradicionalmente avesso à competição: a escola. No discurso-padrão dos educadores, não seria justo confrontar instituições egressas de realidades distintas como o campo e a cidade ou mesmo as públicas e as particulares. Também se evita premiar os melhores alunos para não expor os fracassos ou, supostamente, constranger os piores. Por isso, houve muita chiadeira quando o Ministério da Educação passou a divulgar, em 2006, as notas de quase 23 000 colégios brasileiros no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Pais de alunos ganharam uma série de tabelas com as quais podem avaliar o desempenho da escola de seu filho em relação à média de ensino do país, do estado e da cidade, podendo compará-la com outras concorrentes. Não é, claro, o único critério a observar na hora de matricular o filho. Localização, preço da mensalidade e método de ensino, entre outros fatores, precisam ser levados em conta. Mas a classificação é sempre um bom termômetro.

O resultado do Enem é obtido por meio das notas recebidas pelos alunos do 3º ano do ensino médio em duas provas: uma de redação e outra de conhecimentos gerais, com questões de múltipla escolha. Na média, os colégios da cidade atingiram 54,1 pontos de uma escala de zero a 100. O resultado foi pouco superior à nota nacional (51,3) e à estadual (52,7). Mais uma vez, expôs o abismo que separa o ensino público do privado. A pior escola particular no ranking superou 75% das estaduais. A melhor estadual, por sua vez, aparece em 336º lugar (sem contar as técnicas e os colégios ligados a universidades). Entre as dez escolas que encabeçam a lista do Enem 2007, duas são públicas. Ambas oferecem ensino técnico: o Centro Federal de Educação Tecnológica de São Paulo (Cefet), localizado no Canindé, e a Escola Técnica Estadual de São Paulo (Etesp), instalada no campus da Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec), no Bom Retiro. As duas ilhas de excelência mantêm um corpo docente bem preparado e realizam provas de ingresso concorridíssimas, com até dezoito candidatos por vaga. “O vestibulinho seleciona os alunos que gostam de estudar”, afirma o diretor da Etesp, Carlos Augusto de Maio. “Ainda que pertençam a famílias carentes, eles querem fazer uma universidade e conseguem.”

Do boletim das escolas particulares campeãs, retira-se uma lição: para ensinar bem não é preciso lançar mão de idéias mirabolantes. Provas regulares, em muitos casos semanais, e a exigência de que o aluno estude ao menos duas horas sozinho em casa são medidas simples que funcionam. Aulas extras e plantões de dúvidas fazem com que ele se esforce mais. Chama atenção a valorização dos professores. No colégio Móbile, seu salário médio é de 9 400 reais. No Santa Cruz, os professores dispõem de um plano de previdência para aposentadoria integral.

Cerca de 115 000 estudantes se submeteram à primeira prova do Enem, em 1998, sem a divulgação dos resultados de cada escola. No ano passado, foram 2,7 milhões. A participação, voluntária, disparou à medida que universidades passaram a integrar a nota dos alunos em seus processos seletivos. Foi o caso da USP, em 2000, e das faculdades conveniadas ao Programa Universidade para Todos, o ProUni, em 2004. “Conheço muita gente que passou na USP porque à nota se somou 1 ponto ou 2 ganhos do Enem”, conta o estudante Eduardo Zuker, do Colégio Rio Branco. Na semana passada, o garoto se reuniu com a mãe, Beatriz, e a diretora do colégio, Esther Carvalho, para uma conversa sobre o desempenho do Rio Branco no Enem. “Estranhei não o ver entre os melhores”, diz Beatriz. No ranking de 2007, ele está na 47ª posição. “Apesar de o índice de acerto ter subido para 70%, muitos alunos não fizeram a redação, que é optativa, e aí caímos no ranking geral”, explicou a diretora. Cobranças como essa entraram para a rotina das escolas. A aluna Vivian Cyrne, de 17 anos, prometeu ao pai uma explicação convincente da classificação do Dante Alighieri em 36º na tabela. “Meu pai acompanha de perto meus estudos”, diz. “Ele exige nota 7, mesmo que a média da escola seja 5.”

Há quem use o Enem para mudar de colégio. O estudante Diogo Figueiredo Ferraz, de 15 anos, escolheu o Vértice após ler notícias sobre sua primeira colocação no Enem. “Visitei cinco das dez melhores escolas para saber qual combinava mais com meu perfil”, lembra. Diogo conta que se sente desafiado a progredir. Perde, no entanto, três horas nos deslocamentos entre sua casa, em Santana, e o Campo Belo, onde fica a escola campeã. Além disso, a mensalidade é 700 reais mais cara que a do antigo colégio. “Vou recuperar o investimento na universidade gratuita”, afirma ele, que sonha ser promotor de Justiça.

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O que os dez colégios têm

Professores bem preparados

48% possuem pós-graduação

Bons salários

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A média paga aos professores é de 5 800 reais

Jornada de estudos ampliada

Os alunos ficam, em média, oito horas por dia na escola. À tarde, as aulas costumam ser opcionais

Atividades extracurriculares

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Todos promovem cursos e excursões ou requisitam trabalhos que entrelaçam várias áreas do saber

Provas regulares

Metade dos colégios adota um sistema de avaliação semanal

Seleção de alunos

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70% das escolas fazem vestibulinhos, nos quais a concorrência chega a dezoito candidatos por vaga

Cursinho pré-vestibular

Sete das dez campeãs integram ao currículo do 3º ano aulas preparatórias para o vestibular

Laboratórios e bibliotecas atualizados

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Todos têm boa estrutura e são bastante freqüentados pelos estudantes

1º Vértice | 2º Bandeirantes | 3º Móbile | 4º Santa Cruz | 5º Mendel |

6º Etapa | 7º Palmares | 8º Cefet | 9º Albert Sabin | 10º Etesp

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