Como vão comemorar os aniversariantes nascidos em 29 de fevereiro
Aniversário só a cada quatro anos? É assim para os "bissextos", que vão assoprar as velinhas na próxima sexta
1. “2 anos”: quando vê um calendário, Lucas saca a caneta e envolve o dia 29 com um círculo
2. “10 anos”: a empresária Paula Hellmeister, de 1968, chega aos 40 com um rega-bofe para 500 pessoas no Jockey
3. “12 anos”: Claudio Mendes, tecnólogo, diz que se sente mais jovem por só fazer aniversário a cada 1 460 dias
4. “11 anos”: a advogada Bia Macedo comemora tanto em 28 de fevereiro quanto em 1º de março nos anos sem o dia 29
Lucas Thomazi, o meninão sorridente da foto ao lado, já avisou aos colegas de escola que na sexta vai ter uma festa imperdível. Convidou 300 pessoas para o pique-pique num bufê infantil do Morumbi, cujo tema será seu desenho animado favorito, o Bob Esponja. “Acho que vou ganhar mais presentes”, diz, ansioso pela chegada de seu segundo aniversário. Ué, como assim? Bem, coisas de quem nasceu no atípico 29 de fevereiro, que se repete no calendário a cada 1 460 dias (quatro anos). Como é de 2000, o garoto só teve – em tese, pelo menos – uma chance de assoprar as velinhas. “Será uma festa mais caprichada, digna de quem esperou tanto tempo”, promete sua mãe, Claudia. Com a chamada turma dos “bissextos”, as comemorações costumam ser mesmo especiais. “Comecei a celebrar em janeiro e só vou parar em dezembro”, exagera o médico Caio Auriemo, presidente de uma rede de laboratórios, prestes a entrar em sua sexta década de vida.
Segundo dados da Fundação Seade, 595 paulistanos vieram ao mundo em 29 de fevereiro de 2004. Em 2000, haviam sido 419. “Até a década de 80, era comum as pessoas rejeitarem a data”, lembra Odelio Antônio de Lima, presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP), que reúne os 58 cartórios da capital e mais de 700 em todo o estado. “Hoje, elas sentem-se privilegiadas.” De acordo com Lima, atualmente não é possível optar por fazer o registro de um recém-nascido com data diferente, no dia 28 de fevereiro ou 1º de março, como ocorreu com a empresária Paula Hellmeister. “Minha mãe conta que, como nasci no dia 29 depois do meio-dia, mais perto do dia 1º, resolveram me registrar nesta data”, afirma. Ela pretende reunir cerca de 500 convidados no Jockey para comemorar seus “10 anos”, ou melhor, sua chegada à faixa dos “enta”. Lima calcula que a partir da década de 90 praticamente todos os nascidos em 29 de fevereiro tenham sido registrados na data correta. “Esse índice se deve principalmente a um documento emitido pelos hospitais chamado Declaração de Nascido Vivo, que obriga os pais a manter a data exata em que aconteceu o parto.”
E os astros, o que dizem sobre os piscianos de 29 de fevereiro? “Do ponto de vista astrológico, não há diferença alguma”, acredita o astrólogo Oscar Quiroga. “Talvez haja influência na numerologia.” De acordo com a numeróloga Sil Bozza Berti, 11, a soma dos algarismos de 29, é “número mestre, superpoderoso, que garante equilíbrio e intuição”. Em compensação, segundo ela, quem é registrado nos dias 28 ou 1º sai no prejuízo – a soma (2+8 ou 0+1) dá o número 1. “É bom, mas não tanto quanto o 11.”