“Miliuma” encanta ao apresentar contos do “Livro das Mil e Uma Noites”
Em atuações inspiradas, Manoela Pamplona e Fábio Coutinho se revezam em vários papéis, cantam e tocam instrumentos
O público se sente acolhido antes mesmo de a peça começar. No ambiente bastante simples do galpão da Cia. Paideia de Teatro, jovens atendentes na mesa onde se compram os ingressos e no café esbanjam simpatia ao som de música francesa e MPB bem baixinho. Não é diferente ao entrar em uma das salas do espaço. Muito conhecida, a série de contos orientais do clássico “Livro das Mil e Uma Noites” transforma-se aqui no belo espetáculo “Miliuma”. A adaptação, assinada pelo diretor Amauri Falseti, destina-se a crianças com mais de 9 anos e adolescentes. Em atuações inspiradas, Manoela Pamplona e Fábio Coutinho se revezam em vários papéis, cantam e tocam instrumentos. Tudo de maneira muito suave.
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Eles conduzem os espectadores pelo universo do rei traído que resolve se casar com uma moça diferente a cada noite e mandar matá-la na manhã seguinte. Para tentar impedi-lo, a astuta Sherazade (interpretada com vigor e delicadeza por Manoela) se oferece como noiva. Após o casamento, ela começa a narrar histórias ao marido. São tramas como “O Pescador e o Gênio”, na qual um humilde homem liberta um ser malévolo e precisa usar a sabedoria para se safar da morte. Entre um caso e outro, o monarca, curioso para saber como termina cada episódio, acaba desistindo do plano macabro. E a plateia, também hipnotizada pela atriz, embarca na fábula e se rende ao encanto da montagem, valorizada pela iluminação de Wagner Freire. Além de emocionar, a peça desperta a vontade de ler (ou reler) contos do “Livro das Mil e Uma Noites” — ou, como faz Sherazade, apresentar algumas dessas histórias para as crianças.
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