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Donos implantam microchips em seus pets

Calcula-se que 40% dos cães da cidade tenham o dispositivo no corpo

Por Simone Tobias
Atualizado em 1 jun 2017, 18h12 - Publicado em 23 jun 2012, 00h51

Em 2002, as duas cadelas de estimação da empresária paulistana Rosanna Giuzio sumiram de sua casa de veraneio em Peruíbe, no Litoral Sul. Dois anos depois, ela descobriu que a rottweiler e a vira-lata haviam sido roubadas e estavam em uma residência em Jundiaí, no interior de São Paulo. Como era impossível provar a propriedade, Rosanna não pôde reaver a dupla.
Hoje a situação seria diferente: seus três yorkshires possuem chip implantado no dorso. Com 12 milímetros de comprimento, esse dispositivo consiste em um circuito eletrônico dotado de um código exclusivo, uma espécie de carteira de identidade, cujos dados são acessados por meio de uma máquina de leitura digital. Esse registro inclui desde informações sobre a saúde do animal — como histórico de vacinas e doenças — até o nome e o telefone do proprietário. Permite, portanto, que o bichinho perdido seja identificado e devolvido. Isso tudo depende da boa vontade de quem encontra o animal. Em alguns casos, o cão carrega uma plaquinha na coleira avisando sobre a presença do chip. A partir daí, o pet precisa ser levado a um local com um aparelho capaz de ler as informações contidas no circuito.

Mario Rodrigues

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Rosanna Giuzio: chip nos três yorkshires após perder duas cadelas

Apesar de algumas limitações, a tecnologia está se popularizando na metrópole. Desde 2007, uma lei municipal estipula que todos os animais comercializados por canis e pet shops tenham o chip. A aplicação se assemelha a uma injeção, sem a necessidade de anestesia, e fica por conta dos comerciantes. Embora o sistema não seja uma exigência para mascotes que já disponham de um lar, muitos proprietários também aderiram a ele. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) oferece gratuitamente o serviço. Desde 2009, implantou mais de 80.000 microchips. “É importante para monitorarmos a população de animais em áreas de transmissão de doenças”, afirma a veterinária Tamara Leite Cortez. Nas clínicas particulares, o valor do procedimento varia de 120 a 180 reais. “O dispositivo ajudou a reduzir o número de abandonos”, conta Marcelo Quinzani, diretor clínico do Hospital Veterinário Pet Care, no Morumbi.
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Uma das principais empresas do mercado de chips, a Partners comercializou 680.000 deles na capital em 2011, quase dez vezes o número do ano anterior. Segundo cálculos da Federação de Cinofilia do Estado de São Paulo, cerca de 1 milhão de cães de estimação foram incluídos na rede, o que representa 40% dos 2,5 milhões existentes na cidade. Uma das pessoas que investiram no equipamento foi a psicóloga Lisiane Touguinha. Há quase um mês, seu vira-lata Ed foi atropelado e fugiu pelo bairro de Pinheiros. “Acabei por encontrá-lo depois de umas três horas, mas durante a busca me senti mais tranquila, porque sabia que meus contatos estavam nele”, diz.

Mario Rodrigues

Chip em cães 2275 - Hospital Veterinário Sena Madureira
Chip em cães 2275 – Hospital Veterinário Sena Madureira ()

Colocação do dispositivo no dorso de um animal no Hospital Veterinário Sena Madureira (no detalhe, o leitor digital, a seringa de aplicação e o chip): dor semelhante à de uma injeção

Mesmo popularizado, o serviço ainda necessita de avanços. Não há, por exemplo, um banco de dados unificado. Os três principais são o Sistema de Identificação e Registro de Animais da América Latina, o da Associação Brasileira de Microchip Animal e o Backhome — da Virbac, que comercializa o identificador. Outra questão é que nem todas as máquinas de leitura são compatíveis com o chip de diferentes fabricantes. “O ideal é que o cadastro seja universal, mas ainda não chegamos a essa padronização”, explica Márcio Rangel de Mello, presidente da Comissão de Clínicos de Pequenos Animais do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo.

Fernando Moraes

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Chip em cães 2275 - Daniele Rossi
Chip em cães 2275 – Daniele Rossi ()

A psicóloga Daniele Rossi, com Ponkan: sonho de um GPS

Devido a esses problemas, muitos donos ainda sonham com um sistema de rastreamento via satélite. “Gostaria de um dispositivo com GPS, seria mais eficaz”, afirma a psicóloga Daniele Rossi, que colocou um chip na buldogue Ponkan no ano passado. No exterior já existem coleiras desse tipo, mas o alto custo (cerca de 450 reais) e a ausência de infraestrutura de mapeamento no Brasil ainda impedem que elas se tornem viáveis por aqui.
AMIGO ELETRÔNICOPrós e contras do dispositivo
As vantagens
• Prova a posse do animal em caso de roubo
• Permite a contagem estatística dos cães em determinada área
• Não necessita de manutenção
Os pontos a melhorar
• Falta um cadastro de dados unificado
• Não há possibilidade de realizar rastreamento via satélite
• Algumas máquinas de leitura não são compatíveis com todos os microchips

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