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Cartunistas brasileiros lamentam atentado à sede da revista Charlie Hebdo

"Foi meu grande mestre", disse Laerte Coutinho; Adão Iturrusgarai trocou sua foto de capa do <em>Facebook</em> por uma tarja preta

Por Veja São Paulo
Atualizado em 5 dez 2016, 13h38 - Publicado em 7 jan 2015, 18h59

O atentado à sede da revista satírica Charlie Hebdo, em Paris, chocou o noticiário internacional. Doze pessoas morreram depois de serem atingidas por tiros na manhã desta quarta (7), entre elas dez funcionários da publicação e dois policiais.

Entre as vítimas estão o editor Stéphane Charbonnier, conhecido como Charb, e os cartunistas Jean Cabu e Tignous. Um dos maiores nomes do gênero no mundo, Georges Wolinski também morreu. “Foi meu grande mestre”, lamentou Laerte Coutinho em entrevista à BandNews.

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Em sua página no Facebook, o desenhista escreveu que o ataque “vai beneficiar a extrema direita, que está crescendo na Europa e buscando criar uma cultura de ódio ao estrangeiro, como no caso do WTC em 2001”. Ao Jornal Hoje, Ziraldo disse que Wolinski era muito “combativo e irreverente”.

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Outros artistas brasileiros se manifestaram nas redes sociais. Adão Iturrusgarai, que colabora para o jornal Folha de S.Paulo, chegou a trocar a foto de seu perfil por uma imagem com a frase “je suis Charlie” (algo como “eu sou Charlie”) e a foto de capa por uma tarja preta. Ele noticiou quase em tempo real os desdobramentos da tragédia. Terminou o relato dizendo que Wolinski foi sua maior influência.

Colega de profissão, Allan Sieber lembrou da capa publicada após o Charlie Hebdo ter sua redação incendiada, em 2011, depois de divulgar tirinhas do profeta Maomé. Em resposta ao ataque, a revista circulou uma edição especial que trazia um muçulmano beijando um cartunista, com a legenda ‘l’amour plus fort que la haine”, algo como “amor: mais forte que a raiva”.

“Tenho desde 2011 essa imagem enquadrada no meu estúdio. Foi a capa que os caras fizeram depois que tiveram a redação incendiada, vejam bem o nivel de culhões”, disse Sieber na sua página do Facebook.

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Rafael Campos Rocha também soltou a língua: “Wolinski foi acusado porque era um libertário. quem o matou foi mais um desses patrulheiros para o qual a causa (seja religiosa, política ou de gênero) não serve para libertar, mas sim para coibir, castrar e destruir”.

Em nota na rede social, José Alberto Lovetro, à frente da Associação dos Cartunistas do Brasil, repudiou o ataque. “Esperamos que esse triste acontecimento seja um exemplo de intolerância a ser varrido das relações humanas.”

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Até o desenhista Mauricio de Sousa se manifestou. Em nota divulgada pela assessoria de imprensa, o criador da Turma da Monica diz que a liberdade de expressão está de luto pelo atentado à Charlie Hebdo. Ele também presta homenagem especial a Wolinski: “é considerado um dos maiores cartunistas do mundo, que com seu traço descontraído e humor irreverente, influenciou um bom número de artistas brasileiros. Ele os fazia rir às lágrimas. Como muitos dos seus personagens”.

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