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Catta Preta diz se sentir perseguida e intimidada por membros da CPI

Advogada foi responsável por firmar nove dos 22 acordos de delação premiada realizados na Operação Lava-Jato

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 5 dez 2016, 12h13 - Publicado em 31 jul 2015, 00h32

A advogada Beatriz Catta Preta, responsável por firmar nove dos 22 acordos de delação premiada realizados na Operação Lava-Jato, relatou em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, ter deixado os casos relacionados ao esquema de corrupção na Petrobras por ter sido alvo de ameaças. De acordo com ela, abandonou a advocacia para garantir a segurança da família e dos filhos. “Decidi encerrar minha carreira na advocacia. Fechei o escritório”, confirmou a advogada, que relatou que as ameaças vieram de “integrantes da CPI da Petrobras, dos que aprovaram” sua convocação no início do mês.

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Na semana passada, a criminalista anunciou que deixaria os casos ligados à Lava-Jato, depois de vir à tona o depoimento em que o lobista Julio Camargo, seu cliente, afirmou ter pago 5 milhões de dólares em propina para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Questionada, a advogada disse não poder afirmar que ameaças partiram do presidente da Câmara.

Ela confirma que Camargo comentava com ela sobre a relação entre o peemedebista e o esquema na Petrobras e afirmou que os depoimentos estão “respaldados”. “Todos os depoimentos sempre vieram respaldados, com informações, dados, provas definitivas, nunca houve só o dizer por dizer.”

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Inicialmente, o lobista disse em delação premiada que não tinha conhecimento da participação de parlamentares no esquema. Em depoimento prestado no último dia 16, no entanto, Camargo foi categórico sobre o pagamento de valores a Cunha. O deputado nega as acusações.

Beatriz Catta Preta informou que seu cliente não relatou a participação de Cunha no início por “receio”, mas a previsão de que o acordo de delação determina que o colaborador não pode mentir ou omitir informações levou o lobista “a assumir o risco, aquele risco que ele temia, e levar todos os fatos à Procuradoria-Geral da República.”

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Ao Jornal Nacional, a advogada disse ainda receber “ameaças veladas” e um “constrangimento incessante”. “Infelizmente pela questão de segurança e pela questão da proteção eu tomei essa decisão”, afirmou. Segundo ela, as ameaças não foram diretas.

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Ela nega que tenha deixado o país para Miami ou “fugir” do Brasil, disse que estava apenas passando férias nos Estados Unidos. “Nunca cogitei sair do país.” Beatriz Catta Preta afirmou ainda que é “absurdo” o valor de mais de 20 milhões de reais que dizem que ela teria recebido pelas delações da Lava-Jato. “Não chega perto da metade disso”, afirmou. Segundo ela, todos os valores recebidos pelo escritório foram declarados. “A vida financeira do escritório e minha vida financeira são absolutamente corretas, nunca recebi um centavo fora do Brasil.”

CPI

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, aceitou pedido da Ordem dos Advogados do Brasil desobrigando Catta Preta a prestar esclarecimentos à CPI da Petrobras, na Câmara dos Deputados. Ele criticou a convocação da advogada classificando a atitude como “inadmissível”. Com o despacho, se convocada, a advogada não é obrigada a prestar os esclarecimentos solicitados pelos parlamentares.

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Na entrevista ao Jornal Nacional, Catta Preta afirmou que, se tiver que ir à CPI, só poderá dizer que “mantém o sigilo profissional”. A decisão do ministro Lewandowski preserva a confidencialidade na relação entre cliente e advogado, “inclusive no que toca à origem dos honorários advocatícios”.

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