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Casa da Bóia, no centro, tem prédio art nouveau restaurado

A casa foi tombada pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) desde 1992

Por Filipe Vilicic
Atualizado em 5 dez 2016, 19h28 - Publicado em 18 set 2009, 20h30

Grande parte dos paulistanos já ouviu falar na Casa da Bóia. Poucos sabem, no entanto, o que é vendido nessa loja criada em 1898 na Rua Florêncio de Abreu, no centro, pelo imigrante sírio Rizkallah Jorge Tahan (1867-1949). A distribuidora de ferramentas e derivados de metais – lá se encontram de chuveiros a artigos de cobre como tachos e alambiques – ganhou fama no início do século passado, durante um surto de febre amarela. Para evitarem a propagação da doença, os moradores começaram a equipar suas casas com caixas-d’água, novidade numa cidade com diversos problemas de saneamento básico. Precisavam, claro, de bóias. Foi aí que a Rizkallah Jorge e Cia. passou a ser conhecida pelo apelido. Nesta segunda (19), durante a festa que celebra os 110 anos do mais que tradicional estabelecimento, o proprietário, Mario Roberto Rizkallah, neto do fundador, apresenta a restauração que fez no imóvel. Como parte das comemorações, haverá missa solene no vizinho Mosteiro de São Bento, lançamento de um carimbo pelos Correios e exibição de um filme de divulgação de 1928. A película, encomendada por Rizkallah Jorge, traz imagens antigas da capital, entre elas uma da Avenida Paulista tomada por casarões, e de funcionários da empresa. “Meu avô veio para o Brasil em 1895, sem dinheiro”, conta Mario. “Empreendedor, construiu a loja, uma fábrica e diversos prédios. Ele morava em uma mansão na Paulista e dá nome a uma rua do centro.”

Tombada pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) desde 1992, a Casa da Bóia fica em um casarão de dois andares de arquitetura art nouveau. O 1º pavimento foi construído para abrigar a loja e a oficina. No 2º, onde hoje funcionam os escritórios, ficavam as dependências da família. “Há onze anos, mandei lavar a fachada e diversos adornos antigos caíram”, lembra Mario. “Notei como o imóvel estava deteriorado e resolvi restaurá-lo.” Com um investimento de cerca de 40.000 reais, ele começou a recuperação pela frente da loja. E continua investindo no projeto. Gastou outros 160.000 reais para resgatar paredes e tetos originais. Em três ambientes, montou um museu, no qual reúne objetos do fim do século XIX e início do XX. Há um livro contábil de 1903, máquinas das décadas de 10 e 20, pinturas e outras curiosidades. As visitas devem ser agendadas pelo 3228-0556.

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