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Liberdade: projeto de revitalização do bairro não saiu do papel

Lançado em 2008, o plano de melhorias enfrenta problemas pela falta de patrocínio

Por Daniel Salles
Atualizado em 5 dez 2016, 18h46 - Publicado em 28 Maio 2010, 23h15

Em 2008, para homenagear o centenário da imigração japonesa no Brasil, o Instituto Paulo Kobayashi, uma entidade sem fins lucrativos fundada três anos antes, anunciou um plano para dar cara nova à Liberdade. O objetivo era repaginar uma área do tamanho de dois estádios do Pacaembu pela qual o imperador japonês, Akihito, circulou em 1997, durante uma visita ao país. Batizado de Caminho do Imperador, o projeto foi dividido em dez etapas. A primeira delas, a revitalização da Praça da Liberdade, pôde ser conferida em partes pelo príncipe herdeiro do Japão, Naruhito, por ocasião dos festejos de dois anos atrás. Com a faxina, bocas de lobo foram reformadas e lajotas de concreto, substituídas. As lojas ganharam adornos orientais de madeira. Dono de uma agência no local, o Banco Bradesco pagou a conta de 6 milhões de reais. O resultado foi positivo e 15 000 pessoas passaram a percorrer a região nos fins de semana — número 50% maior que o registrado em 2007. As melhorias, no entanto, pararam por aí. “Duas etapas deveriam ter saído do papel no ano passado, mas, devido à crise econômica, acabaram sendo proteladas”, conta Victor Kobayashi, fundador do instituto responsável pelo projeto.

De acordo com a prefeitura, 432 dos 439 postes de luz do bairro foram trocados em 2008. Pintados de vermelho e com três luminárias cada um, eles começaram a ser instalados na década de 70 e servem de chamariz para os turistas. Atualmente, muitos desses postes se encontram em petição de miséria. Foi o que a reportagem de VEJA SÃO PAULO constatou ao circular pela Liberdade na segunda-feira (24). Nas ruas Galvão Bueno e São Joaquim, por exemplo, os suportes de dezenas de lâmpadas estavam quebrados. Parte de um poste da Rua da Glória foi arrancada. A pintura de outros, na Rua Américo de Campos, descascou. “Em alguns trechos, chega a ser perigoso andar a pé, pois o risco de uma peça despencar é grande”, afirma Kobayashi. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Secretaria Municipal de Serviços, responsável pela iluminação pública, afirmou que realiza a reforma e a limpeza dos postes de luz periodicamente. Divulgou também estar finalizando um edital para a compra de novos suportes para os lustres. Os prazos ainda não foram definidos. 

Divulgação

Projeto da Rua Tomás Gonzaga: sem patrocínio

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Para concluir as etapas restantes do plano de melhorias para a Liberdade, o Instituto Paulo Kobayashi precisa amealhar 54 milhões de reais, mas sofre com a falta de patrocínio. A meta é reformar a fachada de 100 pontos comerciais. Em cada um deles será instalada uma televisão de 42 polegadas, na qual os empresários locais poderão anunciar seus produtos. O dinheiro arrecadado será revertido em conservação e segurança. Bancas de revistas e cabines telefônicas ganharão traços orientais. A construção de um museu de bonsais e a compra de bicicletas elétricas para transportar turistas também estão nos planos. “Com a Lei Cidade Limpa, os letreiros em japonês, que davam identidade visual ao bairro, foram aposentados”, conta o arquiteto Marcio Lupion. “Nosso objetivo é recuperar essa identidade através da arquitetura.”

 

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