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Atletas amadores investem alto em bicicletas na hora de pedalar

Alguns modelos são produzidos com a mesma fibra de carbono utilizada em carros da Fórmula 1

Por Fabio Brisolla
Atualizado em 5 dez 2016, 19h25 - Publicado em 18 set 2009, 20h33

Quando Michael Schumacher venceu seu primeiro campeonato de Fórmula 1 pela Ferrari, em 2000, a escuderia italiana encomendou uma edição limitada de bicicletas de competição para comemorar o título. Apenas 500 unidades foram produzidas pela empresa Colnago, escolhida para desenvolver o projeto. A série na reluzente cor vermelha, com o famoso cavalo rampante, esgotou-se na semana de lançamento. Só clientes preferenciais puderam comprar. Entre eles, o empresário paulistano Marcio Augusto Garcia, que nunca teve uma Ferrari. Selecionado por ser um apaixonado por bicicletas de competição, ele pagou 8.000 dólares pela magrela que se tornaria uma relíquia. Garcia tem 36 bicicletas e já visitou as principais fábricas européias e americanas em busca de novidades. Ele não está só nessa pista. Há uma elite de ciclistas amadores investindo alto em máquinas consagradas nas competições internacionais.

“Alguns modelos são produzidos com a mesma fibra de carbono utilizada em carros da Fórmula 1”, diz André Luís Baptista, ciclista e vendedor da Ciclovece, loja especializada do setor. Com o uso do carbono, o peso da bicicleta é reduzido para 7 quilos (a fabricada com alumínio pesa 10 quilos). No caso da bike da Ferrari, engenheiros da equipe de Felipe Massa e Kimi Raikkonen participaram do desenvolvimento dos tubos de carbono. “Essa bicicleta tem realmente o DNA da Ferrari”, diz Garcia, com um sorriso de satisfação. Segundo ele, sua bicicleta vale hoje três vezes mais do que quando foi feita a encomenda. Por isso, quase nunca sobe em seu selim. Prefere deixá-la guardada na garagem.

Aficionados de bicicletas de luxo costumam misturar componentes de marcas diversas para criar um modelo diferenciado. Assim, o preço varia bastante. Uma combinação de alta performance de corrida, chamada de speed, custa a partir de 12 000 reais, mas pode ultrapassar a marca de 40 000 reais. Para os adeptos do mountain bike, 6.000 reais é o ponto de partida. “Mais da metade de nossos 10.000 associados na cidade pedala com equipamentos profissionais”, calcula Sergio Augusto Affonso, presidente do Clube dos Amigos da Bike. A paixão pelo esporte leva a caminhos inusitados. Em São Luís do Paraitinga, a 187 quilômetros da capital, 400 atletas se arriscarão por trilhas numa prova noturna no próximo sábado (15). “Serão 37 quilômetros à noite e mais 84 na manhã seguinte”, conta Marília Barbosa Machado, coordenadora do Bigbiker Super Edition.

A nutricionista Patrícia Bertolucci considera-se pronta para encarar terra ou asfalto. Pagou 12.000 reais numa mountain bike e outros 22.000 reais em sua speed. “Fico muito mais realizada em comprar uma bicicleta do que um carro novo”, compara a ciclista, que participou no ano passado de uma etapa da Volta da França num trecho de 190 quilômetros. “Pedalei sem parar durante onze horas.” Há dezoito anos na estrada, Patrícia quer ir além e planeja participar de uma prova de mountain bike na África do Sul, cumprindo um percurso de 900 quilômetros em nove dias. Muito suor para estar à altura das novas aquisições. “Um bom equipamento faz diferença apenas para atletas num estágio avançado”, alerta o treinador Marcos Paulo Reis. “Se não houver muita disposição para os treinos, a bicicleta, sozinha, não resolve.”

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