As dezessete casas deste conjunto residencial, que fica na esquina das alamedas Lorena e Ministro Rocha Azevedo, foram inauguradas em 1938 e 1939. Projetadas pelo artista plástico modernista Flávio de Carvalho, elas tinham ladrilhos com desenhos assinados pelo autor e apresentavam ao paulistano um novo estilo de habitação. Com as chaves, recebia-se também um manual de como utilizar os imóveis. Mais do que uma excentricidade, o guia ensinava alguns truques para tornar a casa “fria no verão e quente no inverno”, como o uso de cortinas de tons claros para refletir a luz e de tons escuros para absorver o calor. Propositadamente reduzidos para a época, os cômodos foram pensados para incentivar os moradores a sair às ruas para aproveitar a cidade. Mas a proposta não caiu no gosto do público, e a vila acabou habitada por intelectuais, entre eles o próprio Carvalho e a jornalista Patrícia Galvão, a Pagu. Com o tempo, as fachadas foram descaracterizadas e hoje só uma delas conserva o projeto original intacto.