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Além de estupros, arrastões no Ibirapuera deixaram dez vítimas

Segundo a polícia, cerca de 22 pessoas participaram de roubos ocorridos no último domingo

Por Adriana Farias
Atualizado em 5 dez 2016, 11h42 - Publicado em 21 jan 2016, 16h09

Além dos dois estupros das jovens de 16 e 18 anos, o Parque do Ibirapuera também registrou, no último domingo (17), arrastões que deixaram ao menos dez vítimas. No dia foi realizado um “rolezinho” chamado pelas redes sociais que reuniu cerca de 12 000 pessoas no local. Guardas-civis detiveram um rapaz de 19 anos e apreenderam uma adolescente de 15 anos sob suspeita de praticar os assaltos.

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Foram feitos oito boletins de ocorrências (alguns casos tinham mais de uma vítima) em que foram relatados os roubos de celulares, dinheiro e documentos entre o fim da tarde e o início da noite de domingo. As vítimas tinham entre 15 e 45 anos, sendo sete homens, um adolescente e duas mulheres.

Segundo a polícia, 22 criminosos estavam envolvidos nas ações. Eles atuavam em grupos de até cinco pessoas. Algumas vítimas afirmaram ter sido agredidas com socos e pontapés. Outras disseram que foram ameaçadas com objetos pontiagudos.

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“Foi um saldo fora do comum quando a média de crimes do tipo que registramos no parque é de um a dois por fim de semana”, afirma o delegado Márcio de Castro, da 36ª Delegacia de Polícia. “Esse evento do rolezinho pode ter trazido gente do bem quanto do mal.”

Os jovens levados à delegacia integravam um grupo de quatro pessoas que cercaram três rapazes e, mediante violência, levaram carteira, celular, dinheiro e documentos.

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O presidente da Associação de Usuários e Amigos do Parque Ibirapuera, Thobias Furtado, afirma que o parque poderia ser mais seguro. “Já recebemos diversas denúncias de furtos, sujeira e depredação”, afirma ele. “Grandes encontros de jovens têm de ser tratados com a devida atenção. Os garotos consomem álcool, drogas e têm comportamentos inadequados.”

Maior área de lazer da cidade de São Paulo, com 1,6 milhão de metros quadrados, o Ibirapuera chega a receber cerca de 200 000 pessoas nos fins de semana. A prefeitura informa que há um policiamento efetivo composto de 159 guardas distribuídos em quatro plantões, com uma média de 26 agentes. 

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A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente diz que a segurança da área também é realizada por empresa contratada. São 52 seguranças durante o dia e 40 homens no período noturno.

“Devido ao grande e inesperado número de jovens que compareceram no parque no último domingo, foi determinada a duplicação do número de guardas nos turnos da noite aos sábados e domingos”, diz a nota.

Rolezinhos e segurança

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O porta-voz da Associação Rolezinho a Voz do Brasil, Sidney Santos, disse que houve infiltração de bandidos no rolezinho de domingo e creditou as ocorrências à falta de estrutura do evento. “O rolezinho que ocorreu no domingo não foi o oficial, ou seja, foi chamado via redes sociais sem que pudesse ter sido organizada uma estrutura assim. Claro que entrou gente ruim para praticar esses crimes”, diz. “A gente vai se reunir para tentar trazer esse pessoal que organizou esse rolezinho para trabalhar com a gente, com organização, estrutura e segurança”.

Segundo a prefeitura, a SPTuris, já identificou os organizadores do evento e pretende promover uma reunião para pactuar regras nos próximos encontros e evitar que criminosos se infiltrem nas atividades de lazer.

Em eventos promovidos em parceria com a prefeitura, chamados de “rolezinho oficial”, segundo nota da prefeitura, “existe a demarcação de espaço, uso diversificado de equipamentos públicos da cidade, disponibilização de banheiros químicos e ambulância, equipes de limpeza e contratação de seguranças, com revista para evitar consumo de bebida alcoólica por menores de idade”.

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Estupros

Moradora de Moema, bairro de classe média alta da capital, e filha de pais advogados, a jovem de 18 anos que sofreu estupro coletivo no Parque do Ibirapuera no último domingo (17) tem dores por todo o corpo, mas o pior de tudo, diz ela, é lembrar das cenas de terror que viveu por cerca de uma hora. “Está difícil até sair de casa. Só quero que tudo isso passe logo. Quero esquecer o que vivi”, afirmou, em entrevista exclusiva a VEJA SÃO PAULO. Ela teve o celular furtado por um rapaz, que foi indiciado pelo crime na segunda (18) ao ser flagrado tentando comercializar o produto.

Residente de Cidade Ademar, a adolescente de 16 anos relatou à polícia ter sido estuprada por um paquera que tinha no parque. A Polícia Civil divulgou o retrato falado do suspeito que é branco, tem idade entre 18 e 20 anos, barba rala e 1,70 metro de altura. A reportagem entrou em contato com a mãe por telefone que limitou-se a dizer que “a família está assustada” e que a “filha não deve frequentar mais o local”. (Colaborou Ana Luiza Cardoso)

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