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Bando se passa por PF e faz arrastão em prédio de preso na Lava Jato

Apartamento onde mora Ronan Maria Pinto, dono do 'Diário do Grande ABC', não foi assaltado

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 27 dez 2016, 18h31 - Publicado em 14 abr 2016, 23h23

Uma quadrilha com ao menos dez assaltantes usou uniformes da Polícia Federal para se passar por agentes e conseguir entrar no prédio onde mora o empresário Ronan Maria Pinto, em Santo André, no ABC paulista, proprietário do jornal Diário do Grande ABC. Ele foi preso pela Operação Lava Jato. No condomínio, o grupo fez um arrastão e invadiu dois apartamentos. O imóvel de Ronan não foi assaltado.

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A ação aconteceu por volta das 5h30 desta quinta (14). Os criminosos ficaram por cerca de duas horas nos apartamentos. Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), durante a ação, o bando levou joias e dinheiro. 

O prédio, de um apartamento por andar, fica na Rua Dona Carlota, na Vila Bastos, bairro do centro da cidade. “O 1.º Distrito Policial de Santo André instaurou inquérito e já começou a ouvir testemunhas e vítimas. A polícia procura por imagens de câmeras de segurança que possam ter registrado a ação para identificar os autores do crime”, informou a pasta, por meio de nota. 

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Segundo informações do Diário do Grande ABC, uma das pessoas rendidas pelos assaltantes foi o síndico do prédio, morador que saía para trabalhar quando foi abordado pelos criminosos. Ao jornal, o síndico declarou que os assaltantes disseram que eram policiais federais, mas depois ameaçaram matá-lo quando pediram as imagens das câmeras de segurança do imóvel. Os criminosos teriam fugido em dois carros.

Investigação

A assessoria de Ronan foi procurada, mas informou que não comentaria a ação dos criminosos. O empresário foi condenado em novembro do ano passado a dez anos de prisão, em regime fechado, e pagamento de multa pelos crimes de concussão e corrupção ativa praticados em Santo André na gestão do prefeito Celso Daniel (PT), morto em 2002 em um crime que é descrito como homicídio comum pela Polícia Civil. 

No começo do mês, ele foi preso na 27.ª fase da Lava Jato – batizada de Carbono 14, em referência ao teste feito para datar objetos antigos. A prisão temporária foi convertida, pelo juiz Sérgio Moro, em preventiva, sem prazo para expirar.

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Ronan é acusado de ter recebido R$ 6 milhões após ameaçar divulgar informações que ligariam o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-ministros José Dirceu e Gilberto Carvalho à morte do prefeito Celso Daniel. A família do prefeito sustenta até hoje, que seu assassinato foi um crime político.

O dinheiro teria sido usado para comprar o jornal de Santo André e saiu de pagamentos de propina da compra de sondas feitas pela Petrobrás. Contas offshores do filho de Ronan também são investigadas. 

O empresário, que nega todas as acusações, informou em depoimento à Polícia Federal que nunca recebeu dinheiro de origem política e que não tem conhecimento dos fatos narrados na investigação.

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