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‘Almas à Venda’ traz ator que decide guardar sua alma em uma cápsula

Comédia dramática tem ponto de partida parecido com 'Quero ser John Malkovich' e 'Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças'

Por Alex Xavier
Atualizado em 5 dez 2016, 18h41 - Publicado em 23 jul 2010, 22h10

O ator Paul Giamatti ganhou prestígio ao interpretar o cartunista esquisitão de ‘O Anti-Herói Americano’ (2003) e o amargurado apreciador de vinhos de ‘Sideways — Entre Umas e Outras’ (2004). Embora procure papéis diferentes, acabou marcado como o derrotista simpático, cujos problemas fazem o público rir. Em Almas à Venda, já em cartaz, ele exercita bastante seu tipo melancólico ao dar vida ao protagonista — uma versão dele próprio, com o mesmo nome inclusive. A brincadeira, aliada ao talento do intérprete, sustenta a comédia dramática.

Nos ensaios para uma montagem teatral de ‘Tio Vânia’, Giamatti depara similaridades em relação ao desajustado personagem criado por Anton Tchecov e se sente desconfortável. Extrair e guardar sua alma em uma cápsula, então, é a solução encontrada por ele para não precisar mais carregar o peso das angústias. O ponto de partida lembra os filmes ‘Quero Ser John Malkovich’ (1999) e ‘Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças’ (2004), ambos escritos por Charlie Kauffman. Assim como esse cultuado roteirista, a cineasta estreante Sophie Barthes encara, de forma natural, uma ideia totalmente absurda. Além de estocar o “eu interior” das pessoas, a empresa do doutor Flintstein (David Strathairn, de ‘Boa Noite e Boa Sorte’) também aluga a essência de doadores anônimos para clientes que se sintam um tanto ocos.

Há referências evidentes à história clássica de Fausto e seu pacto com o demônio e ainda ao romance ‘Almas Mortas’ (1842), de Nikolai Gogol. Na linha do livro, as almas são um produto. Chegam a ser vendidas no mercado negro por uma russa misteriosa (papel de Dina Korzun). Uma pena que as boas sacadas resultem em soluções pífias e as situações bizarras sejam encaradas com certa frieza. Resta a Giamatti preservar o humor e salvar a história. Ele brilha quando descobre o formato de sua alma e quando comparece “vazio” aos ensaios da peça.

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