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Agência Nacional de Água alerta para ano “extremamente grave” no abastecimento

Ainda sem repor o volume morto, o Sistema Cantareira é o exemplo claro da situação crítica que São Paulo terá que enfrentar

Por Estadão Conteúdo
Atualizado em 5 dez 2016, 12h31 - Publicado em 5 Maio 2015, 22h21

O presidente da Agência Nacional de Água (ANA), Vicente Andreu, traçou um panorama alarmante da situação do abastecimento de água em 2015 nas regiões Sudeste e Nordeste do País. Ao comparar a situação atual dos principais reservatórios do País com o volume de água que estes continham um ano atrás, Andreu disse não haver dúvidas de que 2015 será um “ano extremamente grave” para o abastecimento nas duas regiões.

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O Sistema Cantareira é o exemplo claro da situação crítica que São Paulo terá que enfrentar. As chuvas ocorridas entre dezembro e abril, segundo Andreu, sequer conseguiram repor a água do volume morto. Hoje o saldo nas represas é negativo em 10% em relação ao mínimo de seu volume útil. Um ano atrás, nesta mesma época, o Cantareira tinha volume positivo de 30% sobre seu volume útil. Ainda assim, atravessou o ano registrado como o pior da série histórica de medições, feitas há 84 anos.

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O que agrava a situação, afirmou, é que o período de seca começa agora, sem haver tempo para recorrer a obras emergenciais. Em audiência pública na Câmara, o presidente da ANA declarou que, se as medidas tomadas neste início do ano na gestão do Cantareira tivessem sido adotadas no início de 2014, como a agência havia sugerido, a situação hoje estaria menos crítica em São Paulo.

“Quando sugerimos reduzir a vazão no início do ano passado, falaram que queríamos o racionamento em São Paulo”, disse Andreu, acrescentando que hoje o Cantareira opera com vazão até inferior àquela que a agência recomendava. “Porque se utilizou aqueles argumentos em fevereiro de 2014 para a população?

Mais crítico ainda é o cenário previsto para o Nordeste. Nas previsões da ANA, a região deve se preparar para a pior situação de abastecimento já registrada. Grande parte dos reservatórios da região, como o de Sobradinho, está completamente comprometida.

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“A situação do Nordeste é extremamente grave, porque estamos no fim da quadra chuvosa. A recuperação entre fevereiro e maio, no período de acumulação de água, está muito baixa ou até negativa. Não houve acúmulo para abastecimento de água dessas regiões”, disse.

Os dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico apontam que, atualmente, Sobradinho, maior reservatório do País e responsável pela maior parte do abastecimento na região, está com apenas 21% da capacidade total de acúmulo de água, quando possuía 57% nesta mesma semana do ano passado.

O presidente da ANA reconheceu a necessidade de aprimoramento na regulação da água, tema que costuma ser alvo de conflito entre agentes da União, Estados e municípios. Além disso, há polêmicas envolvendo o uso múltiplo da água, envolvendo questões sobre abastecimento humano, transporte e geração de energia.

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O modelo defendido pela ANA é de que seja criado um fórum de discussão para tomar decisões técnicas em situações críticas de abastecimento. Andreu lembrou que o processo de renovação de outorga do Sistema Canteireira está prestes a ser iniciado.

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