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Adib Jatene: confira a trajetória marcante do cardiologista morto aos 85 anos

Vítima de um terceiro infarto, o médico foi duas vezes ministro da Saúde e ainda seguia firme como presidente do HCor

Por Daniel Bergamasco
Atualizado em 5 dez 2016, 13h48 - Publicado em 21 nov 2014, 23h00

Aos 85 anos, o cardiologista Adib Jatene não se poupava de emoções fortes. Atendia pacientes duas vezes por semana, integrava conselhos médicos, trabalhava no desenvolvimento de uma válvula artificial para oxigenar ventrículos, no Instituto Dante Pazzanese, e seguia firme na presidência do Hospital do Coração. Na sexta-feira (14), quando se recuperava de seu segundo infarto, sofrido quase dois meses antes, havia dado expediente por algumas horas em seu escritório no HCor — voltaria ao prédio à noite, após sofrer em casa, nos Jardins, um terceiro ataque do coração, dessa vez fatal.

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Filho de um comerciante dos seringais e de uma  dona de armarinho, Jatene nasceu em Xapuri, no Acre, e foi criado em Uberaba, no Triângulo Mineiro. O pique inesgotável era coerente com sua trajetória: fez mais de 20 000 cirurgias e, na juventude, cruzava de carro o interior dos estados do Sudeste a fim de operar doentes em hospitais sem recursos. Discípulo do cardiologista Euryclides Zerbini (1912-1993), nunca fez da falta de estrutura um impedimento. Em 1958, para construir um coração – pulmão artificial, comprou peças na Rua Santa Ifigênia, no centro. “Sou otimista”, resumiu ele em uma entrevista a VEJA SÃO PAULO, em 2012.

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Destacou-se cedo na carreira. Na década de 60, inventou uma técnica de correção de artérias transpostas em bebês que se tornou conhecida mundialmente como “cirurgia de Jatene”. E foi também por uma invenção da qual participou que ganhou fama na política: a contribuição provisória sobre movimentação financeira (CPMF). Na época, era ministro da Saúde do governo Fernando Henrique Cardoso, posto que também exerceu na gestão de Fernando Collor de Mello. Apesar de ter recusado convites para outros cargos, gostava do poder — ao dirigir o Instituto do Coração (Incor), do Hospital das Clínicas, durante os anos 80 e 90, fez do lugar o principal destino médico de autoridades como Tancredo Neves (1910-1985). Pelos corredores do instituto, hoje quem circula na posição de maior chefe na hierarquia é seu primogênito, o cirurgião cardíaco Fábio Jatene, de 59 anos. Os outros filhos igualmente alcançaram luz própria em suas profissões: Ieda, 58, e Marcelo, 53, estão entre os melhores cardiologistas pediátricos do país e Iara, 56, atua como arquiteta. Todos frutos do longo relacionamento com a nutricionista Aurice (eles se casaram em 1954).

 

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