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1o. dia de aula sem trauma com jogos e atividades de intergação

Escolas substituem aulas por brincadeiras para começar o ano sem sustos

Por Camila Antunes
Atualizado em 5 dez 2016, 19h26 - Publicado em 18 set 2009, 20h31

Não se surpreenda caso seu filho volte com o caderno em branco após o primeiro dia de aula. E sem lição de casa. Algumas escolas particulares paulistanas têm trocado a famosa rotina de apresentação dos alunos por ordem alfabética, seguida da redação com o tema “Minhas férias”, por um dia inteiro de brincadeiras. Ou melhor, de atividades lúdicas que facilitam a integração dos estudantes, tais como queimada, caça ao tesouro, corrida em duplas sobre um par de esquis e oficina de contação de histórias. “É importante valorizar ritos de passagem, sejam eles do pré para o fundamental, sejam do fundamental para o ensino médio”, afirma a psicóloga Rosane Schiller, do colégio Santo Américo, no Morumbi. Segundo ela, cada recomeço de ano letivo traz à tona emoções vividas na primeira infância, como a lembrança de uma professora querida ou o trauma de alguns recreios solitários. “Por isso é tão importante que os pais se empenhem na adaptação dos filhos, especialmente ao se iniciar a rotina escolar.”

Crianças pequenas costumam sentir medo de ser largadas na escola. Foi o caso de Maurício Costa, de 5 anos, que ficou com os olhos cheios de lágrimas quando sua mãe, Anna Carolina, o deixou na sala de aula. Mas o choro logo passou. Os maiores temem a rejeição dos colegas ou a falta de sorte de cair na classe de uma professora com fama de disciplinadora. “Fico ansiosa só de pensar como será a rotina no ano que vem, na 6ª série, pois terei onze professores e seis aulas por dia”, diz Sofia Bussotti, de 10 anos, aluna do colégio Santa Maria. Apesar de ter muitas amigas na escola, sua colega Amanda Ferrari, de 9 anos, sempre sente um friozinho na barriga na volta das férias. “Imagino como seria cair numa turma estranha e não ter a quem pedir uma borracha emprestada.”

Quando não se adapta à escola a criança freqüentemente exibe mudanças em seu comportamento. Torna-se agressiva ou calada. Demonstra a insatisfação, ainda que não verbalize o que sente aos pais. Estes, na dúvida a respeito de como melhor agir, devem procurar orientação nas escolas. É cada vez mais comum que elas tenham um professor designado para cuidar de casos de rejeição, brigas e outras questões comportamentais. Chamados de professores tutores, eles costumam ter com os alunos um encontro semanal, no qual trabalham a coesão do grupo propondo reflexões e jogos. Algumas dessas atividades são repetidas na semana de integração, no início do ano. Nas reuniões também são ensinadas técnicas de estudo, de organização de seminários e de como traçar uma meta de desempenho. “Isso pode parecer banal, mas a maioria dos professores pede uma apresentação e não instrui sobre como fazê-la”, afirma Maria Cecília Lima, coordenadora do ensino fundamental do Pueri Domus. O resultado são trabalhos pouco técnicos. Tanto a volta às aulas lúdicas quanto a escolha de um professor tutor mostram que muitas escolas têm se preocupado com as emoções e a convivência dos alunos. Sejam pequeninos, sejam adolescentes às vésperas do vestibular.

Bem-vindos, alunos

As idéias de alguns colégios para recepcionar os estudantes novatos:

Pentágono

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No ensino fundamental, a primeira semana é lúdica. Os alunos aprendem técnicas de circo e participam de oficina de contação de histórias

Bandeirantes

A turma de 5ª série, ingressante no colégio, participa de uma caça ao tesouro para conhecer as dependências da escola

Humboldt

Alguns pais e alunos são eleitos para ajudar na integração dos calouros, entre os quais há muitos estrangeiros. Eles costumam organizar festas e churrascos

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Pio XII

Promove uma gincana para quem entra no ensino médio e palestras sobre escolhas profissionais para a turma do 2º ano

Santa Maria

Alunos veteranos se apresentam para atuar como “tutores” dos colegas recém-chegados, acompanhando-os em sala de aula e no recreio

Santo Américo

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Promove gincana para algumas turmas do fundamental, na qual estudantes de salas e idades diferentes são mesclados em equipes

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