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As férias de Silvio Santos em Orlando

Em sua casa de veraneio na Flórida, o homem do Baú aproveita o luxo de levar uma vida quase comum e anônima

Por João Batista Jr. e Fernando Moraes, de Orlando
Atualizado em 1 jun 2017, 17h25 - Publicado em 7 fev 2014, 19h14

 

A cidade de Orlando, localizada no Estado da Flórida, está entre os destinos mais procurados pelos brasileiros nos Estados Unidos, que partem para lá em busca dos deslumbrantes parques temáticos e das irresistíveis pechinchas dos outlets, entre outras atrações. Nos últimos tempos, pequenos grupos de visitantes loucos por televisão vindos daqui descobriram um novo cartão-postal. Quando passam por um condomínio residencial situado a aproximadamente trinta minutos do centro, vários deles não se contêm. Entram na área e se dirigem ao imóvel de dois andares, estilo vitoriano e fachada branca, para registrar fotos na frente do endereço.

 

Os vizinhos americanos estranhavam a história no começo, mas agora já entenderam o assédio em torno do dono da propriedade. Aprenderam que aquele senhor é uma das personalidades mais ricas e conhecidas do Brasil. Há uma década, o apresentador Silvio Santos adquiriu a residência de cinco quartos, que vale cerca de 1 milhão de dólares — imóvel modesto se levada em conta sua fortuna, estimada em 1,3 bilhão de dólares, segundo a revista americana Forbes. Desde então, voa para lá nas férias todo fim de ano. Em geral, fica no local por três meses, até as vésperas do Carnaval.

Durante as semanas de descanso, raramente faz grandes passeios. Seu programa predileto é curtir o dia a dia de uma pessoa comum, um luxo para uma celebridade do seu porte. Em Orlando, fora um ou outro fã que o reconhece na rua e pede para tirar fotos ao seu lado (simpático e educado, ele costuma dar atenção às pessoas que o abordam), Silvio tem uma vida tranquila e quase anônima. Passeia com seus cachorros pela rua, empurra o carrinho nas compras diárias que faz no supermercado das redondezas e ajuda a mulher, Iris Abravanel, nas tarefas domésticas. Lavar prato depois do jantar, por exempo, é tarefa sagrada para ele.

Na tarde da última quarta (5), ele interrompeu a pacata rotina para receber em sua casa de Orlando a reportagem de VEJA SÃO PAULO, numa das raras exceções à sua política de não conceder entrevistas. Assim que abre a porta da sua residência, Silvio exibe o sorriso largo famoso em todo o Brasil e convida para um café. Para quem está acostumado a vê-lo na TV de terno, gravata e microfone pendurado no colarinho, não deixa de ser um choque encontrar o apresentador à paisana, com camisa florida verde e bermuda azul-marinho, que deixa à mostra as pernas bem claras e finas.

Como não frequenta salão de beleza nas férias, dá para notar as raízes brancas na parte de trás da cabeça (normalmente, ele pinta os cabelos a cada duas semanas com uma mistura de dois tons de loiro e capricha na armação à base de laquê, sempre no Jassa). A cada passo que dá em sua casa americana, é rodeado por dois de seus catorze cachorros, o poodle Tito e o lhasa apso Bolha. Nos Estados Unidos, Silvio e Iris contam com a ajuda de uma empregada brasileira, que chega pela manhã e encerra o expediente à tarde. “Levamos por aqui uma vida comum e sossegada”, contou o dono do SBT (veja a entrevista abaixo). Ao lado da Jequiti Cosméticos e de outras 28 empresas, a emissora faz parte do Grupo Silvio Santos, que faturou cerca de 4,5 bilhões de reais no último ano. 

 

 

Em Orlando, o empresário esquece um pouco os negócios. “Conto com gente qualificada para cuidar de tudo na minha ausência”, afirma ele, que deixa um pacote de programas dominicais gravados antes de embarcar. Alguns funcionários do SBT, no entanto, revelam que o apresentador responde a e-mails de trabalho nas férias e despacha com sua secretária. No começo, tinha até um sistema no computador para ajudá-lo a acompanhar ao vivo a programação da emissora. Ele diz que abandonou o costume e apenas dá uma olhada nos relatórios diários de audiência que recebe do Ibope.

Em 11 de janeiro, observou com especial interesse ao lado da esposa o desempenho de estreia de Patrulha Salvadora, seriado infantojuvenil com roteiro escrito por Iris (a atração, que vai ao ar nas noites de sábado, registrou 7 pontos, quase dobrando a audiência normal do horário no canal). A mulher de Silvio tem uma rotina mais sistemática de trabalho em Orlando. “Eu aproveito parte do dia para escrever”, afirma ela, responsável também pelo remake da novela Chiquititas, levado ao ar desde julho.

A residência não tem grandes luxos. O piso é de carpete de madeira, o sofá tem cobertura de tecido de algodão e as flores espalhadas pelos ambientes, em sua maioria, são de plástico. O lustre da cozinha tem saídas para as lâmpadas que imitam abacaxis. A mais curiosa peça de decoração é um quadro em que o casal aparece caracterizado como os personagens do desenho Shrek. “Mandamos fazer uma limpeza nas paredes uma vez por ano, e assim a casa fica conservada”, diz Iris.

Silvio Santos - Ed.: 2360
Silvio Santos – Ed.: 2360 ()

A piscina aquecida é coberta por uma rede de proteção contra insetos. Na garagem, há um Corolla e um Tiguan, modelos que o casal costuma pilotar pessoalmente nos passeios pelo bairro. Um carrinho de golfe fica encostado por lá, pois Silvio nunca usou o campo do condomínio. O veículo acabou servindo algumas vezes para levá-lo às compras. Existe na área também um clube social, onde Iris de vez em quando aproveita a piscina. No fim do ano, costumam ter a companhia das filhas mais novas, do casamento de Silvio com Iris — Daniela, 37, Patricia, 36, Rebeca, 33, e Renata, 28 (o apresentador tem ainda Silvia, 43, e Cintia, 50, de sua união anterior com Cidinha). 

 

Quando elas se encontram na cidade, a família costuma almoçar no centro de Celebration, onde fica a casa. O restaurante favorito deles é o Antonio’s, também frequentado pelo piloto Rubens Barrichello e pelo cantor Jorge Ben Jor, outros brasileiros que possuem imóvel no bairro. Trata-se de uma área nobre da cidade e que conta com 4 400 residências, cujos preços variam de 300 000 a 5 milhões de dólares. “Quando fico sozinha com o Silvio, nosso único programa é ir ao supermercado”, afirma Iris. “Passamos o resto do dia dentro de casa.”

As férias atuais ganharam um significado especial para os Abravanel, graças a uma notícia que alegrou a família. Patricia, a única herdeira que tomou gosto pelas câmeras, trabalhando no SBT como apresentadora, descobriu que espera um filho do namorado, o deputado federal Fábio Faria (PSD). A novidade vinha sendo mantida em segredo, já que Patricia está com pouco mais de dois meses de gravidez. “O bebê foi feito aqui na Flórida”, comemora o vovô, orgulhoso da chegada do oitavo neto.

Aos 83 anos (dezenove a mais que a mulher), Silvio parece bem-disposto. Caminha diariamente e diz manter ainda uma vida sexual ativa sem a ajuda de aditivos químicos. “Meu estimulante é a Iris”, galanteia. O homem do Baú revela algum incômodo com certas transformações que acabaram ocorrendo em seu corpo com o avanço da idade. Além das rugas, que ele esconde com cirurgias plásticas no rosto, lamenta estar ficando mais baixo. Da época em que serviu no Exército como paraquedista, diz se lembrar de ter 1,80 metro. “Hoje estou medindo 1,77, ou seja, encolhi”, surpreende-se. Seus 82 quilos são fruto de uma dieta que inclui muitos doces, sorvetes e filé-mignon.

Silvio Santos - Ed. 2360 - Grãos de quinoa e de soja
Silvio Santos – Ed. 2360 – Grãos de quinoa e de soja ()

Silvio enfrentou problemas recentes de saúde. Em julho do ano passado, o apresentador retirou a próstata. Como consequência, hoje usa uma cueca especial que, na prática, funciona como uma espécie de fralda para absorver as gotas de urina que pingam de forma espontânea. “Isso é normal, logo vai passar”, ameniza Iris. O apresentador não tem o menor constrangimento em falar sobre o assunto. “Olha, as cuecas são extraordinárias, não deixam vazar nada”, conta, exibindo, em seguida, um pedaço da própria.

 

Mais recentemente, ele passou por outro tratamento importante. Há três meses, retirou um câncer de pele na perna direita. O procedimento foi realizado em São Paulo, na clínica do maior urologista do país, Miguel Srougi. “Era uma ferida, que virou um tumor e agora foi removida. E só”, explica Silvio. Ele diz não ter medo da morte. “Sou uma pessoa de sorte. Não levei a vida, a vida que me levou. Não tenho grandes sonhos, mas uma coisa que eu gostaria é de morrer sem precisar ir ao hospital.” Outro de seus desejos é ser enterrado em “campo hebreu”, ou seja, em um cemitério judaico. Seus pais eram judeus (o pai nasceu na Grécia, enquanto a mãe, na Turquia).

Alguns dos hábitos e manias de Silvio são espantosos para quem figura na lista dos maiores bilionários do mundo. Em Orlando, Silvio usa roupas baratas compradas no Wal Mart. “Não sei onde ficam a Gucci ou a Prada daqui, nem passo perto dos outlets”, afirma. Um de seus xodós atuais é um relógio de pulso, adquirido por 5 dólares, que dispara alertas em espanhol. “Acordo todos os dias com esse despertador esquisito”, reclama Iris. Por uma questão de gosto do marido, o casal só embarca para os Estados Unidos na classe executiva. “Acho a primeira classe muito cara e não costumo jogar dinheiro fora”, justifica o apresentador.

Silvio Santos - Ed. 2360 - Breaking-Bad
Silvio Santos – Ed. 2360 – Breaking-Bad ()

Uma das histórias que melhor ilustram o perfil ultraeconômico de Silvio ocorreu em território americano. Numa viagem a Miami, anos atrás, ele acabou se distraindo ao volante e passou o sinal vermelho. Um guarda correu ao seu encalço e lhe aplicou uma multa. “Eu disse que não tinha dinheiro para pagar, então me levaram para a delegacia”, lembra Silvio. “Chegando lá, falaram que eu precisava quitar os 25 dólares da infração. ”Ele tentou insistir novamente na mentira de que não possuía recursos, mas acabou desistindo depois da ameaça de passar a noite na cadeia. Antes de ir embora, descobriu ser possível entrar com um recurso para pedir o reembolso do valor numa corte. No dia seguinte, estava a postos na frente do juiz, que lhe perguntou se era culpado ou inocente. “I don’t speak English”, respondeu o homem do Baú, falando quase a verdade (domina o básico do idioma americano). O magistrado não engoliu a desculpa e aproveitou para passar uma descompostura no réu: “Não precisa falar inglês, afinal um sinal vermelho no trânsito significa a mesma coisa em qualquer lugar do mundo”. Ao final, de tanto reclamar no tribunal que o prejuízo abalaria suas finanças pessoais, Silvio acabou recebendo de volta 10 dólares. Ou seja, a tal da multa ficou por 15 dólares. Rarraiiii!

ENTREVISTA:

“NÃO TENHO SONHOS. AOS 83 ANOS, SEI QUE POSSO EMBARCAR A QUALQUER MOMENTO”

A seguir, trecho da conversa com Silvio Santos em sua casa em Orlando, concedida ao lado de sua mulher, Iris Abravanel. A entrevista completa pode ser acessada na versão gratuita do iPad da revista.

Como é a rotina do senhor aqui em Orlando? Acordo por volta das 8h30, me visto e ando na máquina (esteira) por setenta minutos. Depois vou tomar banho e desço para o andar de baixo umas 11h30. Só então vou comer alguma coisa. Não tenho fome quando acordo. Aliás, não sinto fome. Eu nunca almoço. Também nunca fui de comer a cada três horas, como os médicos pedem. Eu e a Iris vamos ao mercado todos os dias e, à noite, vemos filmes ou seriados. Adoro o Netflix. Vi recentemente 54 capítulos de Breaking Bad, além de todos os de House of Cards e Orange Is the New Black. De filmes, assisti nesta semana a Miss Simpatia 2, com a Sandra Bullock, e outro com o Al Pacino cujo nome não lembro…Levo a vida mais comum e simples do mundo.

Também faz esteira em sua casa de São Paulo? Sim, mas eu estava com problema e tinha parado. Sofri uma batida aqui na perna direita que acabou originando um câncer de pele, então meu médico fez uma incisão. Não fiquei internado nem nada, fui até o consultório do doutor Miguel (Srougi), ele deu uma anestesia e tirou o tumor. Isso foi há três meses. Voltei a andar na esteira todo dia aqui em Orlando. Agora estou com outra ferida na mesma perna; não sei ainda o que é.

Além dessa cirurgia na perna para tirar o câncer, o senhor passou por outra operação recentemente? No dia 4 de julho do ano passado, tirei a próstata. Ainda está pingando urina sem eu querer. Estou com raiva. Tenho de usar uma cueca especial que é um espetáculo. Não é fralda, tem um tecido que absorve o líquido. É comprada aqui nos Estados Unidos.

O senhor ainda tem vida sexual? A cirurgia não inibiu nada. Dá para ter.

O senhor toma remédio antes das relações? (Risos e interferência de Iris — “Você não vai responder a isso, né?) Não tomo. O meu remédio é a minha mulher.

E medicamento para dormir? Sim, tom o Stilnox todas as noites.

O senhor começou a trabalhar como camelô aos 14 anos e se transformou no maior comunicador do Brasil. Tem algum sonho que não conseguiu realizar? Não tenho sonhos. Quero continuar vivendo até quando der. Como sei que vou morrer, quero morrer sem ir para o hospital. Não chega a ser um sonho, mas uma coisa que desejo. Aos 83 anos, sei que posso embarcar a qualquer momento.

Tem algum arrependimento? Não me arrependo de nada. Eu posso dizer que não levei a vida, a vida é que me levou. Eu nunca fiz planos. Até virei candidato à Presidência da República (em 1989) sem premeditar. Cheguei a São Paulo em 1954, fiz rádio e televisão. Adoro trabalhar.

O senhor costuma rezar? Só rezo no dia do perdão judaico, o Yom Kippur. Vou à sinagoga uma vez por ano, portanto. Frequento a sinagoga dos judeus egípcios, nos Jardins. Não importa a religião, mas é importante se comunicar. Deus me deu muita sorte. Eu vou ser enterrado em campo hebreu. Meu pai falou e eu cumpro: rezo por ele todo dia do perdão. É uma incumbência que tenho do meu pai.

O senhor consta no ranking de bilionários brasileiros e evita luxos, como viajar em primeira classe. Por quê? Eu não jogo dinheiro fora. As passagens de primeira classe são muito caras. Por que vou andar na primeira classe se ela é igual à executiva? Só andaria nessa categoria caso pudesse sair do avião por algum compartimento especial e me salvar se houvesse alguma pane.

Muitos milionários brasileiros compram seus próprios jatos para não andar em voos comerciais… Não aceito avião nem de graça. Se alguém me der um de presente, eu recuso. É muito melhor desembarcar de um avião comercial e estar livre para fazer suas coisas. Eu tenho uma vida muito simples; então, por que complicar?

É verdade que o senhor lava a louça aqui em Orlando? Rarrai… Eu adoro lavar louça, ainda mais com os produtos extraordinários que existem nos Estados Unidos. Você coloca o sabão dentro do cabo de um limpador, o líquido chega até a bucha e aquilo lava que é uma beleza. Rarrraiii. Sai toda a gordura da panela. Depois eu coloco a louça na máquina, mas eu não confio só nela. Eu lavo a louça porque a Iris faz a comida. Assim ela não reclama que fico sem fazer nada. Somos uma boa dupla. Em São Paulo, não lavo louça. É outro esquema. Para eu chegar à cozinha da minha casa, tenho de andar mais de 30 metros.

Qual é o seu prato predileto? Filé-mignon com queijo. Mas eu como de tudo, principalmente doces. Eu adoro sobremesas e sorvetes. Um dia desses, a Iris fez batata assada com manteiga. Ficou uma delícia. Mas ela também cozinhou risoto de quinoa na mesma ocasião. Não gostei. Quinoa parece arroz de pobre. Quinoa… quem já ouviu falar nisso? Rarrai. Isso é arroz de pobre, arroz que não cresceu.

E a seção preferida no supermercado? Vou ao mercado todos os dias, geralmente ao Publix ou WalMart. Adoro supermercado. No Brasil, nunca entrei em um. Os brasileiros por aqui são educados comigo quando me encontram. Alguns ficam escondidos e pedem a algum amigo do grupo para tirar foto. Aí eu tiro o retrato e aparecem mais dez para fazer o mesmo. Quando posso, tiro foto com todos. Mas tem hora em que isso é impossível.

Também visita os famosos outlets da cidade? Gosto de comprar roupas no WalMart, nem sei onde fica Gucci ou Prada. Por esta bermuda mesmo (aponta para a bermuda azul-marinho que veste na ocasião), paguei 18 dólares. Comprei seis iguais em cores diferentes.

Vocês têm catorze cachorros. Por que apenas dois deles estão por aqui? Esses têm passaporte, são privilegiados. Um é o meu guarda costas,o Bolha (lhasa apso). Ele vai aonde eu vou. Já o Tito (poodle) é apaixonado pela Iris. Fica no pé dela o tempo todo. Eu até acho que esse cachorro é bicha, mas ele já teve cinco filhos.

O senhor é um grande consumidor de cosméticos? Nada, eu passo só desodorante. Sou alérgico a perfume e também a tinta de revista e de jornal. Eu leio, mas dou um espirro atrás do outro. No auditório mesmo, não posso chegar muito perto das mulheres porque o perfume estraga as cordas vocais.

Já fez quantas plásticas? Três. Em um ou dois anos, devo fazer outra. Mas Botox eu nunca apliquei.

Se o senhor tivesse 20 anos e recebesse uma herança de 500 000 reais, em que investiria? Iria abrir qualquer negócio cujo principal foco fosse vendas, afinal sou vendedor desde os 14 anos de idade.

Quem são os seus melhores amigos? O Jassa é quem mais tem contato comigo. Vou ao salão dele um dia sim, outro não. Só isso. Mas ele não viaja comigo, não vai à minha casa. Eu gosto do Jassa, o cabelo que ele faz em mim me modifica muito e é melhor do que cirurgia plástica.

Por quem o senhor sente admiração? Eu sou admirador do Pelé e do Roberto Carlos. Já pensei em fazer uma reportagem comigo, Pelé, Roberto e também o Lula. Somos as quatro pessoas mais populares do Brasil. O povo gosta de nós, independentemente do que façamos.

É verdade que sua filha Patricia está grávida? Está grávida, sim. Estamos muito contentes, foi a melhor surpresa dessas férias. Ela deve estar com mais ou menos dois meses de gestação. Aliás, o bebê foi feito aqui na Flórida.

O senhor sente ciúmes dos seus genros? Não, eu sentia ciúme era da Iris. Mas hoje não sinto mais. Rarraiii (sentada ao lado dele, a mulher não se aguenta: “Ele tem ciúmes até dos cachorros. Ele me monopoliza até hoje. Ele me absorve. Ele só não liga muito porque telefone para ele parece batata quente”.

O que o senhor acha da polícia americana, que quase prendeu a equipe de VEJA SÃO PAULO na tentativa de fazer uma reportagem com senhor? Raraiii Eu acho que o Brasil deveria ter uma polícia igual. Quando um guarda chegou aqui na porta da minha casa, achei que fosse para reclamar que os cachorros saíram correndo atrás de um vizinho. A turma que mora por aqui é sensacional, ajuda a cuidar da casa. Foram eles que chamaram a polícia por causa de vocês. Estranharam a presença de um carro diferente aqui no bairro. Os vizinhos não podem ver nada de errado que já ligam para a polícia. Mas sorte que não prenderam vocês. Raraiii!

Quando está em férias nos Estados Unidos, costuma ir aos parques da Disney? Faz tempo que eu não vou. Mas quando os netos estão por aqui, curtimos bastante. Eu já gostei mais dos parques. Quando minhas filhas eram pequenas, vínhamos três vezes por ano. Se alguém for conhecer o parque do Harry Potter, já aviso para se preparar porque soube que a fila dos brinquedos demora duas horas.

O senhor consegue se desligar totalmente do trabalho? Funcionários do SBT dizem que o senhor, mesmo estando nos Estados Unidos, não deixa de acompanhar a audiência minuto a minuto. Hoje não acompanho mais, mas já fiz isso bastante. Tenho os profissionais certos para determinadas funções. Atualmente,  fico de olho naquele programa que não dá certo para ver se vou tirar do ar. Como nas minhas empresas, eu entrego tudo aos profissionais. No SBT são mais de 2 000 funcionários. No grupo, devo ter perto de 4 000 pessoas.

Como teve a ideia de entrar no mercado de cosméticos? Eu entrei no ramo pela quantidade de propagandas do segmento que eu via na TV quando vinha aos Estados Unidos. Daí eu abri uma fábrica, a Chanson. O objetivo era fazer uma venda tipo Avon, no esquema porta a porta. Só que contratei o executivo errado para tocar o negócio e, tempos depois, acabei vendendo a empresa para O Boticário.  Mas nunca saiu da minha cabeça a vontade de ter uma empresa de cosméticos, então voltei a esse mercado anos depois com a Jequiti.

Como o senhor interfere na Jequiti? Quem escolhe as coisas da empresa é o presidente da companhia, o Lásaro do Carmo Junior. Ele começou a ir atrás de pessoas famosas para fazer os perfumes das estrelas. Estamos lançando agora o perfume desse rapazinho, o Justin Bieber. Entramos em contato com quem dirige as estrelas e elas ganham com a venda de cada produto. A Adriane Galisteu, sempre que fala comigo está satisfeita. Eles ganham uma porcentagem em cima de cada venda de produto.

O senhor se acha um especialisa em classe C por vender produtos para esse segmento? Não. O meu programa é popular e atinge a classe C, mas não fico pensando em produtos apenas para esse grupo. Meu programa é feito para ser facilmente digerido por todo mundo.

O senhor ainda dirige o próprio carro? Sim, mas aqui nos Estados Unidos a Iris prefere dirigir. Ela diz que erro os caminhos. Digo que vou usar o GPS, mesmo assim ela não deixa.

Em uma entrevista antiga, o senhor dizia que gravava fitas com os cultos do pastor Edir Macedo para escutar no carro, enquanto dirigia no trânsito. Ainda faz isso? Não, no carro só escuto a Jovem Pan. O Edir Macedo me chama a atenção pela forma como fala. Esse novo empreendimento dele é uma grande ideia (o Templo de Salomão, em construção na Zona Leste). Vai ser um ponto turístico de São Paulo.

O senhor é amigo do Edir Macedo? Não. Mas eu li os três livros sobre ele, a biografia e os dois últimos. Acho que o Edir fez uma bela obra. Ele ajudou mesmo, tirou muita gente do álcool e das drogas. Pode ter defeitos, mas as qualidades dele são mais importantes.

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