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Por Bárbara Öberg
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Quando é preciso encarar a cirurgia bariátrica?

Faz algum tempo que tenho tido vontade de escrever aqui sobre cirurgia bariátrica. E eu saí do campo da vontade pra iniciativa depois de citar, numa palestra na semana passada, a seguinte frase: gente, a obesidade ultrapassou a desnutrição.  São cerca de 2 bilhões de pessoas acima do peso. Ou seja, de cada três, uma […]

Por VEJA SÃO PAULO
Atualizado em 26 fev 2017, 16h34 - Publicado em 19 Maio 2015, 15h00
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O apresentador André Marques: menos 75 quilos

Faz algum tempo que tenho tido vontade de escrever aqui sobre cirurgia bariátrica. E eu saí do campo da vontade pra iniciativa depois de citar, numa palestra na semana passada, a seguinte frase: gente, a obesidade ultrapassou a desnutrição.  São cerca de 2 bilhões de pessoas acima do peso. Ou seja, de cada três, uma está de mal com a balança. Vamos explodir em vez de morrer de fome. E os dados nem são recentes. É coisa de 2012. Falei isso e pensei: nossa, o problema é sério, só aumenta a cada ano, como lidar?

André Marques aparece 70 quilos mais magro

Ahhh, emagrece, oras.  Simples, né? Nem tanto. Cansar de ser gorda como eu, e outro tanto de gente cansou não se resume apenas a iniciativa, força de vontade – e coisa e tal. Eu perdi 18 quilos na raça, mas estava anos-luz de ser obesa. Às vezes a situação é bemmmm mais complexa e tão crítica que precisa de um empurrãozinho: a tal da cirurgia bariátrica. Ó, o tema é polêmico e, em geral, as pessoas desmerecem quem emagreceu com a operação. Podem me malhar: nunca fiz, nem precisei, mas sou totalmente a favor. Vamos deixar claro: a favor desde que você se submeta à dureza de cortar um pedaço do seu estômago pra mudar de vida de verdade, ter saúde, resgatar a autoestima e viver melhor.  Sem clichês, ok? Porque tem gente que opera e engorda tudo outra vez. #Fail.

O apresentador André Marques deu um relato sincero e emocionante outro dia na revista Trip. Aos 35 anos, ele pesa hoje 85 quilos. E se livrou de 75. Se-ten-ta e cin-co!!!!!!!! Então, pesava 160. Não, isso não pode ser vida. Na prática, eliminou uma outra pessoa. Em vários sentidos. Decidir pela intervenção, pelo que ele contou, não foi uma decisão simples, nem óbvia. Acredito. Antes da cirurgia, ele estava começando a ter problemas sérios de visão por conta da diabete, vivia ofegante e cansado. O alerta, que havia tocado oito anos antes, quando já era considerado obeso e tentava mil dietas mirabolantes, quando o médico disse: você é uma bomba relógio. Veja bem, a coisa tava preta: se esquecesse dos óculos no andar de cima da casa, não voltava pra pegar, porque suava frio, cansava. #DeprêTotal. Ele sofreu bullying e foi motivo de piada. Emagreceu, renasceu, treina, e tem uma vida saudável. A maior lição? Cuidou da cabeça antes.

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Leandro Hassum perde dezessete quilos após cirurgia. Veja a transformação

Bem, uma coisa é falar do ator global. Embora ele realmente pareça simpático e honesto, não é meu amigo. Então, como eu testo tudo que escrevo aqui, eu perguntei pra uma amiga bem próxima, se ela toparia contar as razões que a levaram fazer a operação. Ela me mandou essas fotos. E eu chorei. Foram menos 50 quilos! E no domingo, aos 40 anos, a Paula Fehlauer conseguiu completar 5 quilômetros de sua primeira prova de corrida. Foi a última a chegar, mas cruzou a linha e agarrou sua medalha. Dos 160 inscritos, 110 terminaram a prova… sinal que teve gente aí que desistiu. Pois é, ela não. E me contou que optou pela cirurgia justamente porque estava cansada de desistir. Cansada dessa batalha de perdas e do peso que carregava, de usar roupas que cabiam, mas não eram a que ela escolhia. “Eu não tirava mais fotos e pouco me olhava no espelho. Eu não queria me ver.”

(Com o mesmo vestido, dois anos depois de perder 50kg)

(Com o mesmo vestido, dois anos depois de perder 50kg)

E como veio a decisão? Ainda mais pra quem dois filhos pequenos? “Quando pensei estar condenada a condição de obesidade mórbida”, ela me disse. Contou que sentiu uma mistura de sentimentos: “sentia confiança de que essa escolha poderia me dar um futuro, mas sentia medo de tudo acabar ali mesmo, além de me sentir fracassada por não ter conseguido emagrecer de outra forma”. Hoje, depois de dois anos, Paula recomenda que, quem estiver interessado em fazer uma cirurgia como essa, procure uma equipe médica multidisciplinar, com psicólogos e profissionais que fazem o acompanhamento de perto, para que a decisão seja consciente e não impulsiva.

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No caso dela, foram seis meses de preparação e de avaliação até a cirurgia. O ponto alto deu-se no dia em que respondeu à psicóloga porque, para ela, era importante deixar de ser gorda. “Porque não me reconheço assim e não aceito essa imagem. Não quero isso pra mim.” E me disse: “Hoje me sito uma diva”.

A cirurgia bariátrica e metabólica é recomendada pra pessoas com problemas de obesidade grave (que gera outros tantos tipos de doenças, como diabetes e hipertensão). O Brasil é o segundo país no mundo que mais realiza operações deste tipo, com 80 000 registros por ano, atrás apenas dos Estados Unidos, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Nos últimos dez anos, o crescimento foi de 300% e a taxa de mortalidade não ultrapassa 0,15%.

Só pra ficar claro, nesses tempos de internet em que nada se pode falar e todo mundo se melindra ou faz loucuras, essa aqui é a minha opinião. Eu apoio quem quer mudar com saúde e consciência. Procure ajuda com orientação médica séria e certifique-se de que esse se esse caminho ideal ou não pra você. Não faça porque alguém fez. Seja responsável.

Um beijo, até mais.

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