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Indicações do que assistir no teatro (musicais, comédia, dança, etc.) por Laura Pereira Lima (laura.lima@abril.com.br)
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Um papo com Paulo Verlings, ator de “Beije Minha Lápide”: “eu sou uma prova de que trabalho chama trabalho”

Paulo Verlings, de 29 anos, é um ator que passou a ser conhecido das plateias bem aos poucos. Como integrante e um dos fundadores da Cia. Teatro Independente, aquela do dramaturgo Jô Bilac e do diretor Vinícius Arneiro, ele chamou atenção nos espetáculos “Cachorro!” e “Rebu”. Logo, emendou trabalhos com outros diretores e, agora, junto […]

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 26 fev 2017, 19h20 - Publicado em 15 jan 2015, 16h20
Paulo Verlings: no elenco de "Beije Minha Lápide" e "Babilônia" (Foto: Sergio Baia)

Paulo Verlings: no elenco da peça “Beije Minha Lápide” e da novela “Babilônia” (Foto: Sergio Baia)

Paulo Verlings, de 29 anos, é um ator que passou a ser conhecido das plateias bem aos poucos. Como integrante e um dos fundadores da Cia. Teatro Independente, aquela do dramaturgo Jô Bilac e do diretor Vinícius Arneiro, ele chamou atenção nos espetáculos “Cachorro!” e “Rebu”. Logo, emendou trabalhos com outros diretores e, agora, junto do seu grupo original, divide o palco com Marco Nanini no drama “Beije Minha Lápide”, que pode ser visto no Teatro Anchieta – Sesc Consolação. Além disso, Verlings, nascido e criado na Baixada Fluminense, ganha espaço na televisão com a novela “Babilônia”, que substitui “Império” no final de março. Na trama, ele será um atrapalhado mototaxista apaixonado pela personagem de Camila Pitanga, uma das protagonistas.

Qual é o peso de ter Marco Nanini entre vocês, uma companhia de jovens artistas?  

Nanini já havia assistido a todos os nossos trabalhos. O projeto era em formato de monólogo, e ele chamou o Jô Bilac para escrever o texto. Em uma conversa, um pouco mais tarde, disse que não gostaria de realizar mais um solo e firmou um convite também aos atores da companhia. Para nós, estar em cena com um dos maiores atores do país é uma enorme honra. Ficamos lisonjeados. O privilégio maior foi acompanhar de dentro o processo de criação de um artista provido de extrema ebulição criativa, de um talento que dispensa conjecturas e de uma generosidade sem tamanho.

+ Leia entrevista com o dramaturgo Jô Bilac.

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Com a temporada em andamento, você já o percebe como um colega de cena ou ainda se sente permanentemente ao lado do “grande ator”?

A admiração profissional será constante. Acho que até cresceu com a convivência. Ele sempre fez questão de nos dar um retorno sobre o processo criativo, isso sempre foi lindo de perceber. Marco Nanini é um grande ator, mas não se comporta como grande. É correto e ponderado. Por isso, é grande.

Algum fato o impressionou mais durante os ensaios?

Estudávamos muito, e Nanini é um ator que traz muitas referências. A primeira vez que ele passou uma cena do espetáculo, na verdade, um monólogo de oito minutos, foi assustador. A cena já estava pronta! Eu e Carolina Pismel (atriz do grupo, com quem Verlings é casado desde 2006) nos apertávamos assistindo ao ensaio, os dois completamente arrepiados com aquilo. E mesmo assim ele se confessava inseguro em certos momentos. E eu ali, como colega de trabalho, ficava ouvindo e trocando ideias e sensações com um cara que tem 50 anos dedicados a essa profissão.

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Paulo Verling e Marco Nanini: "Beije Minha Lápide" está no Teatro Anchieta (Foto: Cabéra)

Paulo Verling e Marco Nanini: “Beije Minha Lápide” está no Teatro Anchieta (Foto: Cabéra)

De que forma começa o seu interesse pelo teatro? Imagino que era uma paixão de adolescente. Afinal,  você entra na Escola Martins Penna e funda um grupo com os colegas?

Meu interesse surge aos 11 anos de idade. Existia um projeto na minha cidade, São João de Meriti, chamado “A Escola Vai ao Teatro”, em que assisti a uma montagem de “Os Três Porquinhos”. Naquele momento, eu me vi arrebatado. O meu desejo era de estar naquele palco. Com 15 anos, eu estreei como ator amador no palco do Sesc São João de Meriti em um espetáculo que fazia parte das comemorações do Dia da Baixada. Três anos depois, ingressei na Escola Martins Penna e conheci os meus parceiros de vida, o Jô Bilac, a Carolina Pismel, Vinícius Arneiro e a Julia Marini. Fundamos a Cia. Teatro Independente em 2006 e já se vão 9 anos de trabalho contínuo.

Houve alguma resistência da família?

Venho de uma família muito humilde, de condição monetária realmente muito baixa. Meu pai, hoje aposentado, era motorista, dirigia empilhadeira. Minha mãe, dona de casa, morreu quando eu tinha 15 anos. Não havia orçamento para o que é considerado “lazer”, mesmo para o cinema ou para o teatro. Mas todos me deram apoio na medida do possível.

Você disse que jamais montou um material para levar nas emissoras porque achava que não teria perfil. É isso mesmo ou queria ser simplesmente um ator de teatro e talvez não tivesse vontade de fazer televisão?

Realmente, eu nunca compus um material. Sempre achei um veiculo interessante, nunca fui provido de preconceito, sempre tive interesse em ter essa experiência. Queria que fosse um caminho natural, através de um convite ou de uma indicação. Gostaria que o trabalho na televisão fosse resultado da minha dedicação ao teatro. O meu desejo foi atendido (risos).

Seu personagem na novela “Em Família” nem chegou a ser desenvolvido. Existe uma expectativa maior em “Babilônia”?

“Babilônia” é a minha segunda novela. “Em Família” sofreu alguns problemas com a audiência e isso interferiu na trama. Não tem jeito. Meu personagem (Leo, atendente de um bar frequentado por Felipe, vivido por Thiago Mendonça) existia na sinopse, mas não teve muito como ser desenvolvido por conta disso. Em “Babilônia”, é diferente. O Tom Cruzes já entra com bastante relevância na trama e uma função especifica. Ele é um mototaxista do morro da Babilônia e completamente desprovido de bom senso quando o assunto é mulher. Tem uma queda por vários rabos de saia, mas é apaixonado por Regina (papel da Camila Pitanga) uma das protagonistas.

+ Cinco apostas para o teatro em 2015.

Você acredita que essa porta se abriu mesmo por causa do teatro ou pelas participações nos seriados “Suburbia” e “Copa Hotel”?

Olha, sem dúvida, eu sou uma prova de que trabalho chama trabalho. Estar no seriado “Suburbia”, com um diretor como Luiz Fernando Carvalho, por si só já dispensa conjecturas. “Copa Hotel”, no GNT, foi um divisor de águas na minha carreira no audiovisual. Pela primeira vez na televisão, eu tive um personagem em que pude mostrar recursos de comicidade e dramaticidade bem delineados.

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De que forma essa experiência maior em uma novela pode interferir na temporada de “Beije Minha Lápide”? Sairia do espetáculo se fosse preciso?

A popularização do trabalho e o reconhecimento do grande público são pontos positivos que a televisão agrega ao ator. É permitida a abertura de novos caminhos para produção. Esse é meu interesse enquanto artista e produtor. Por conta da novela, terei um stand–in no “Beije Minha Lápide”, caso eu não consiga estar em algum dia de apresentação em São Paulo. Será o ator Pedro Henrique Moutinho. Foi sugestão do próprio Nanini e do produtor do espetáculo, o Fernando Libonati.

"Copa Hotel": Paulo Verlings foi o mensageiro Bill no seriado do GNT (Foto: Divulgação)

“Copa Hotel”: Paulo Verlings foi o mensageiro Bill no seriado do GNT (Foto: Divulgação)

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