Cia. da Revista prepara dois musicais sobre Chico Buarque e deixa a Roosevelt em direção à Santa Cecília
Chico Buarque entra para o time dos setentões no ano que vem. E, como é de se esperar, as homenagens começam a aparecer. Em janeiro, a dupla Charles Möeller e Claudio Botelho estreia no Rio de Janeiro Todos os Musicais de Chico em 90 Minutos, que reunirá canções feitas para cinema e teatro em uma […]
Chico Buarque entra para o time dos setentões no ano que vem. E, como é de se esperar, as homenagens começam a aparecer. Em janeiro, a dupla Charles Möeller e Claudio Botelho estreia no Rio de Janeiro Todos os Musicais de Chico em 90 Minutos, que reunirá canções feitas para cinema e teatro em uma montagem nos mesmos moldes daquelas dedicadas aos Beatles e a Milton Nascimento.
Por aqui, o diretor Kleber Montanheiro e a Cia. da Revista preparam dois espetáculos em um projeto batizado de Chico 70. O primeiro deles é uma releitura de Ópera do Malandro, musical baseado na Ópera dos Mendigos (1728), do inglês John Gay, e na Ópera dos Três Vinténs (1928), dos alemães Bertolt Brecht e Kurt Weill, que teve a primeira encenação dirigida por Luiz Antônio Martinez Corrêa em 1978. “Queremos mostrar o malandro de hoje, que pode estar na Lapa carioca, na favela de qualquer metrópole ou nos escritórios da Berrini”, diz Montanheiro. “Mas, acima de tudo, vamos valorizar a dramaturgia original, o que Chico quis dizer com aqueles personagens e tramas envolvendo o capitalismo.”
Na sequencia vem Reconstrução, Uma Festa Imodesta para Chico Buarque, título provisório para uma dramaturgia inédita de Paulo Rogério Lopes apoiada em letras do homenageado. “Essa ideia começou quando ainda estávamos pesquisando o cronista João do Rio para montar Cabeça de Papelão”, conta Montanheiro. “Percebemos que Chico também apresenta personagens desajustados em sua obra e temos na mão um farto material para uma revista.”
Essa programação inaugura a nova sede da Cia. da Revista em agosto de 2014. O grupo, instalado desde abril de 2009 na Praça Roosevelt, quer fugir dos alugueis inflacionados e encontrou um espaço mais amplo no número 1135 da Alameda Nothmann, no bairro de Santa Cecília. O valor pago mensalmente pelos 102 metros quadrados atuais é de 4 800 reais. Com mais de 400 metros quadrados, o galpão vai sair por 6 500 reais mensais e, depois de uma reforma orçada entre 80 000 e 100 000 reais, abrigará um bistrô, um depósito de figurinos e cenários e, claro, uma sala para 99 espectadores. As acomodações poderão variar entre cadeiras e arquibancadas, e a estrutura permite palco italiano e arena.
Com a mudança, a Cia. da Revista deixa a consagrada Praça Roosevelt, onde ainda continuam firmes os Parlapatões e os Satyros, para investir em uma nova e crescente rota teatral. Nos limites da Barra Funda e de Santa Cecília, eles serão vizinhos do Núcleo Experimental, Cia. São Jorge de Variedades, Cia. Livre, Folias, Kiwi Cia. de Teatro, além do Complexo Cultural Funarte.