Eduardo Tolentino faz de “Senhorita Julia” um quadro de tintas sóbrias
Clássico que se preza passa incólume ao avanço dos anos e torna-se mais relevante ainda à medida que vem essa confirmação. “Senhorita Julia” é um exemplo perfeito. Escrito em 1888, o texto do dramaturgo sueco August Strindberg (1849-1912) aborda temas recorrentes de sua obra, como a luta de classes e a rivalidade entre os sexos, […]
Clássico que se preza passa incólume ao avanço dos anos e torna-se mais relevante ainda à medida que vem essa confirmação. “Senhorita Julia” é um exemplo perfeito. Escrito em 1888, o texto do dramaturgo sueco August Strindberg (1849-1912) aborda temas recorrentes de sua obra, como a luta de classes e a rivalidade entre os sexos, e, sob a direção de Eduardo Tolentino de Araújo, abre mão de uma localização temporal ou geográfica clara.
O embate entre uma jovem aristocrata (interpretada por Anna Cecília Junqueira) e seu criado (papel de Augusto Zacchi) é testemunhado pelo olhar atento da cozinheira (a atriz Paloma Galasso). Com os figurinos neutros e o cenário de caraterísticas clássicas, a encenação de tintas sóbrias lembra muitas vezes uma sucessão de quadros impressionistas, tamanha a beleza plástica obtida. Anna Cecília Junqueira e Augusto Zacchi sustentam o clima tenso da montagem, que traz ainda cenas sensuais repletas de delicadeza. Paloma Galasso, por sua vez, interioriza o sentimento da personagem numa representação do desnível social.
Confira cenas da peça no vídeo abaixo.
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