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Por Marcos Paulo Reis
Dicas sobre corridas para praticantes do esporte, por Marcos Paulo Reis.
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Ele correu 15 maratonas abaixo de 3 horas

Completar os 42k de uma maratona abaixo de quatro horas é motivo de comemoração para qualquer corredor amador. É uma boa meta, perseguida por muita gente, nem sempre fácil de alcançar. Atingir a marca abaixo de três horas fica restrito a um seleto grupo – bem focado e muito bem preparado. E fazer esse tempo […]

Por VEJA SÃO PAULO
Atualizado em 26 fev 2017, 14h07 - Publicado em 23 nov 2015, 16h08

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Completar os 42k de uma maratona abaixo de quatro horas é motivo de comemoração para qualquer corredor amador. É uma boa meta, perseguida por muita gente, nem sempre fácil de alcançar. Atingir a marca abaixo de três horas fica restrito a um seleto grupo – bem focado e muito bem preparado. E fazer esse tempo mais de uma vez – para ser mais preciso, 15 vezes – é realmente para pouquíssimos. Mas o empresário Junio Oliveira, de 43 anos, de São Paulo, conseguiu esse feito. Conheça sua história e inspire-se!

Tudo começou ainda na época da faculdade, no início dos anos 90. “Era mais para me manter ativo, pois trabalhava durante o dia e estudava à noite. Sobrava apenas uma brecha pela manhã para fazer as corridas, que eram basicamente trotes”, conta.

Depois de algum tempo, ele resolveu encarar provas da Corpore, de 10K, sem muita preocupação com tempo. “Gostei do ambiente e dos amigos que acabei conhecendo por causa da corrida e fui me aventurando em distâncias maiores, como as meias maratonas.”

Perto do final dos anos 90, Junio resolveu enfrentar uma maratona. “Eu não tinha assessoria para me orientar e contava com pouca informação de como treinar e como me alimentar. Mesmo assim, escolhi correr a Maratona de São Paulo. Lembro que fui bem até o quilômetro 35 e depois acabou a energia. Andei até o final e terminei em 4h01 – exausto e sem nenhuma vontade de tentar novamente. Porém, no ano seguinte, achando que já tinha experiência, fiz novamente São Paulo e terminei em 3h30. No mesmo ano fui para Nova York e completei em 3h23. Embora sentisse a evolução, sabia que estava fazendo alguma coisa errada”, conta.

Foi então que procurou uma assessoria esportiva e fez vários exames – entre eles o ergoespirométrico, que revelou que Junio tinha um excelente V02. “Era início de julho e planejei fazer a Maratona de Chicago, em outubro daquele ano (2001). O treinador modificou toda minha planilha, colocando treinos de velocidade e qualidade e abusou de exercícios de postura. Ainda tive ajuda de um nutricionista. E na véspera da viagem, o treinador me deu um bilhete com o tempo que ele achava que eu ia fazer – que seria entre 2h58 até 3h02, pois tinha treinado para isso. No dia da prova, estava super bem e cravei 2h48 – finalmente tinha feito uma maratona perfeita, com parciais exatas de 4min/km, sem nenhuma quebra e completamente inteiro!”

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A partir daí, Junio passou a querer duas maratonas por ano: uma no primeiro semestre e outra no segundo. “Em 2002 fiz Porto Alegre e baixei meu tempo para 2h45 – o que era esperado. No segundo semestre escolhi fazer Berlim e intensificamos o treino. O resultado veio: 2h39, que é meu recorde pessoal até hoje.” Em 2003 resolveu correr sozinho, sem nenhum treinador, e apostou na Maratona de Veneza, que concluiu em 2h43. Em 2004, em outra assessoria esportiva, fez a Maratona de Amsterdam perseguindo seu melhor tempo – mas fechou em 2h43.

“No ano de 2005 estava com um treinador, que também era um corredor super rápido porém ainda não tinha uma maratona sub 3 no currículo. Decidimos fazer juntos Blumenau. Só que próximo da chegada, ele teve que diminuir o ritmo. Ainda assim fechei em 2h59. No mesmo ano fui para Bruxelas no segundo semestre e outra vez cravei 2h43. Em 2006 apostei apenas na Maratona de Buenos Aires e quase consegui bater minha melhor marca: finalizei em 2h41 e fiquei na 14ª colocação geral.” No ano seguinte, Junio correu Londres no primeiro semestre – em 2h42 – e Nova York no segundo semestre – em 2h43.

Em 2008, novamente entrou em uma maratona com o intuito de ajudar um amigo a obter a marca abaixo de três horas. Escolheram a prova do Rio. “No final ele teve de desacelerar e não conseguiu obter o resultado que queria, mas eu ainda consegui completar em 2h57. Um mês depois, fiz a loucura de correr mais uma maratona, dessa vez a festejada Rock’n Roll Marathon em San Diego, nos Estados Unidos, e completei em 2h45.” Na temporada de 2009, fez um pacto com um novo amigo treinador. “Combinamos de fazer juntos a prova em São Paulo, porque ele buscava o primeiro sub 3 horas. E finalmente meu papel como pace deu certo. Terminamos em 2h54. No mesmo ano, um pouco antes, tinha corrido a Maratona de Boston, que foi a mais difícil – e mesmo assim fechei em 2h56.”

Por conta de algumas lesões não muito sérias, Junio deu uma pausa em maratonas no ano de 2010. “Até tentei Chicago, porém abandonei no quilômetro 15, porque estava com dores e resolvi não arriscar”, conta. No ano seguinte, lá foi ele para Paris. “Fiz uma prova solta, curtindo muito o percurso, e ainda finalizei em 2h52. Acabou sendo a minha maratona derradeira. Enfim, todas as minhas últimas 15 maratonas foram abaixo de 3 horas.”

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A prova que ele considerou mais especial foi Berlim. “Por conta do recorde pessoal, porém todas as outras eu gostei de fazer, mesmo Boston que terminei exausto. Eu também procurava curtir a prova, o percurso, o público, os treinos. Foi um prazer enorme participar desses eventos”, conta.

Junio diz que sempre treinou pensando em performance. “Só que isso exige dedicação. Em alguns momentos cheguei a fazer dois treinos por dia – de manhã e à noite. Também seguia uma dieta um pouco mais rigorosa nos períodos que antecediam as provas, sem álcool, doces, café, frituras, alimentos gordurosos, ou seja, tudo que eu gosto. Minha rotina de trabalho não se alterava, porém minha vida social ficava bem comprometida. Não conseguia dormir tarde, sair para jantares longos, beber… Era basicamente treino-trabalho-treino e provas.” Com 1m73 de altura, hoje ele pesa 75 kg. Na época das maratonas, no entanto, seu peso era 65 kg e próximo da prova chegava a 60 kg facilmente. “Em Berlim, pesei míseros 59 kg no dia da prova. Praticamente perna e pulmão”, brinca.

Há dois anos, ele modificou seus treinos para fazer as quatro etapas da meia maratona Golden Four Asics e ser TOP 100 em todas – e conseguiu. “Apostei basicamente na genética e em treinos mais ou menos leves”, revela.

Atualmente Junio não pensa mais nos 42K. “Não quero colocar meu organismo ao nível de estresse que um treinamento para maratona exige. Meu corpo não aguenta uma carga intensa de treinos. Se eu aumentar o ritmo, sofro com dores – e odeio sentir dor. Além do mais, já fiz minha história em maratonas, que acho que é bacana. Agora prefiro treinar sem relógio, sem compromisso, mantendo uma rotina de três a quatro treinos de corrida por semana, no máximo 50 minutos ou uma hora. E espero continuar assim, tendo longevidade no esporte sem comprometer a minha saúde.”

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