Da pista de dança para a rua: as baladas que foram parar no Carnaval de São Paulo
Diferentemente do que acontece no Rio ou no Recife, o Carnaval de rua foi algo que demorou a pegar em São Paulo – em compensação, a capital sempre ofereceu vida noturna agitada. Eis que aconteceu o óbvio: quem já tinha know-how para produzir algumas das baladas mais animadas da cidade resolveu entrar no ramo carnavalesco. Neste ano, […]
Diferentemente do que acontece no Rio ou no Recife, o Carnaval de rua foi algo que demorou a pegar em São Paulo – em compensação, a capital sempre ofereceu vida noturna agitada. Eis que aconteceu o óbvio: quem já tinha know-how para produzir algumas das baladas mais animadas da cidade resolveu entrar no ramo carnavalesco. Neste ano, quatro festas conhecidas dos paulistanos – Odara, Mel, Gambiarra e Santo Forte – estreiam sua versão bloquinho. Seguem os passos da Pilantragi, que puxa o cordão pré-carnavalesco desde 2013.
“É mais fácil fazer um ano de festa fechada do que um dia de Carnaval na rua”, comenta Rodrigo Faria, idealizador da Odara. Veterana da noite, a festa ocorre há oito anos em São Paulo e no Rio e vai debutar neste sábado (7), às 15 horas, na Praça Horácio Sabino, na Vila Madalena, de onde segue o cortejo pelas ruas do Sumaré. As dificuldades, conta Faria, vão desde tentar apaziguar os ânimos dos moradores contrários ao evento até cobrar do poder público os esquemas de limpeza e segurança prometidos. “Mas o prazer de fazer parte do patrimônio da cidade é inenarrável”.
No mesmo dia, às 16 horas, a Santo Forte – festa idealizada em 2005 pelo DJ Tutu Moraes – coloca as picapes na frente do número 1036 da Rua Pedroso de Moraes, em Pinheiros. “Nossa relação com o Carnaval é antiga, frequentamos Recife e Rio por muitos anos. Agora queremos estar presentes aqui e incentivar as pessoas a irem para a rua”, conta a produtora Julia Nogueira. Para eles, produzir uma festa ao ar livre não é estranho: há quatro anos, promovem a festa Santo Forte de Rua no centro de São Paulo. “Quanto mais eventos assim, mais as pessoas vão aprendendo a conviver, cuidar e preservar aquilo que é de todos”.
Já no domingo (8), a Gambiarra sai pela primeira vez do ar-condicionado das casas noturnas e coloca um trio elétrico na Praça Caetano Fracarolli, ao lado do metrô Sumaré. Já são 9 000 confirmados no Facebook.
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Sucesso entre o público GLS, a Mel também colocou o bloco na rua no último sábado (31), com direito a bateria, comissão de frente e muita fantasia dourada. O trajeto passou pelas avenidas São João, Ipiranga, Praça Ramos de Azevedo e terminou na Praça Dom José Gaspar, que sedia a festa há cerca de três anos.
Mas quem puxa esse cortejo mesmo é Rodrigo Bento, do coletivo Pilantragi, que está no Carnaval paulistano há dois anos, quando o “boom” de bloquinhos aconteceu. No último domingo (1), calcula ter levado 21 000 pessoas às ruas de Perdizes. “O Carnaval de rua é uma ação transformadora. A cidade enclausura os moradores e nossa intenção é tirá-los de dentro de casa, criando métodos de convivência entre as mais diferentes pessoas”, ensina Bento.
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E, para quem vai ao Sambódromo, a Pilantragi, a Gambiarra e a Odara também estarão no Camarote Brahma na sexta (13), sábado (14) e no desfile das campeãs (20). A ideia é garantir música boa até o sol raiar.