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Por Arnaldo Lorençato
O editor-executivo Arnaldo Lorençato é crítico de restaurantes há mais de 30 anos. De 1992 para cá, fez mais de 16 000 avaliações. Também é autor do Cozinha do Lorençato, um podcast de gastronomia, e do Lorençato em Casa, programa de receitas em vídeo. O jornalista é professor-doutor e leciona na Universidade Presbiteriana Mackenzie
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Uma manzanilla, por favor

Sou apaixonado por ópera. Gosto dos espetáculos musicais encenados, que Richard Wagner definiu como “Gesamtkunstwerk” (obra de arte total). Nesta semana, assisti à montagem de “Carmen”, no Teatro São Pedro. Alguns amigos me perguntaram: “vai ver mais uma ‘Carmen’? Mas são todas iguais, a heroína morre no final”. Divirto-me com a piada pronta. A ópera é […]

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Atualizado em 27 fev 2017, 13h19 - Publicado em 3 abr 2011, 20h09

Cena da ópera no Teatro São Pedro: Carmen (Luciana Bueno), de preto com don José (Rubens Medina), tomando manzanilla na taverna de Lillas Pastia (Foto: Adriano Escanhuela)

Sou apaixonado por ópera. Gosto dos espetáculos musicais encenados, que Richard Wagner definiu como “Gesamtkunstwerk” (obra de arte total). Nesta semana, assisti à montagem de “Carmen”, no Teatro São Pedro. Alguns amigos me perguntaram: “vai ver mais uma ‘Carmen’? Mas são todas iguais, a heroína morre no final”. Divirto-me com a piada pronta. A ópera é um gênero de paixões. Ama-se ou se odeia. 

Embora a montagem no São Pedro não fosse brilhante, especialmente pela direção pálida e pelos cenários feiosos, dá para entender o motivo pelo qual o público se encanta da peça de Bizet. A música é vibrante, arrebatadora. Dá corpo à história de uma mulher à frente de seu tempo, fascinante e desejável. Carmen prefere a morte a se prender a um único amor. Ela mesma diz que nasceu livre e livre morrerá.

Os protagonistas Luciana Bueno (Carmen) e Rubens Medina (don José) interpretaram com vigor essa paixão extremada e volátil . Colaboraram para dar brilho ao espetáculo a voz poderosa de Rodrigo Esteves, no papel do toureiro Escamillo, e doce Micaella, de Edna d’Oliveira, o oposto de Carmen. 

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Bem, você vai me perguntar: o que afinal essa ópera tem a ver com gastronomia? Tudo! Quando Carmen conquista don José de maneira mirabolante após uma briga na fábrica de tabaco, ela o convida para tomar manzanilla. Não, não é camomila, um dos sinônimos de manzanilla. 

Embora menos conhecida que o jerez, seu famoso aparentado da família dos “finos”, a manzanilla é uma das atrações etílicas da Espanha. Trata-se de um vinho fortificado, branco, seco e muito aromático, produzido em Sanlúcar de Barrameda, cidade da Andaluzia que visitei anos atrás. Fica pertinho de Sevilha, onde fica a belíssima Real Fábrica de Tabacos, na qual a cigana Carmen teria trabalhado e, hoje, transformada em universidade. 

Quem quiser provar manzanilla pode encontrar o vinho na importadora Mistral, que traz os rótulos La Gitana e Pasada Pastrana, do produtor Hidalgo.  Depois, é por na geladeira para resfriar e servir com presunto cru. Se for ibérico, melhor ainda. Como dizem os espanhóis, desfrute.

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