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Por Arnaldo Cheixas
Terapeuta analítico-comportamental e mestre em Neurociências e Comportamento pela USP, Cheixas propõe usar a psicologia na abordagem de temas relevantes sobre a vida na metrópole.
Convidado Em Terapia: o dilema da escolha profissional
Cinco quesitos para levar em conta antes de selecionar uma carreira
A escolha profissional é um processo que gera ao mesmo tempo sensações de alegria e de angústia. Hoje, tenho o prazer de trazer uma reflexão da coach Carolina Martins, que tem dedicado seu trabalho ao apoio a adolescentes na estimulante jornada da escolha do trabalho que enxergam para si no futuro próximo.
(Re)Pensando sua carreira
por Carolina Martins
Durante toda a nossa vida fazemos escolhas, desde a cor do casaco até o modelo do carro novo que vamos comprar. Dentre todas as decisões que tomamos ao longo da vida, considero a escolha da profissão como a mais desafiadora.
A escolha da profissão geralmente é feita na adolescência, quando o aluno acabou de sair do ensino médio e já precisa “definir seu futuro” através de uma profissão. Por conta da pressão de definir o futuro com apenas 17 anos, o adolescente, ainda imaturo, experimenta diversas sensações, na maioria das vezes negativas.
As experiências negativas no momento da decisão profissional se dão principalmente porque o estudante não é preparado pela escola para escolher um curso superior. De acordo com dados do MEC, somente 8% dos alunos de ensino médio passam por algum tipo de programa vocacional. Essa falta de orientação contribui para que o índice de desistência dos jovens que ingressam no nível superior chegue a 49%.
A escolha profissional, como qualquer outra feita ao longo da vida, requer experiência. Selecionar uma profissão é um desafio e precisa ser cumprido de forma responsável e consciente atentando-se às suas expectativas atuais e futuras.
A teoria da maturidade para escolha profissional propõe que, para atingir a maturidade, são necessários o desenvolvimento de três atitudes e a aquisição de dois conhecimentos:
1. A determinação refere-se ao grau de segurança para escolher a profissão. O quão comprometido e dedicado você está na busca pela profissão.
2. A responsabilidade refere-se ao quanto você se preocupa com a escolha profissional e o quanto realiza ações para efetivar essa escolha, sempre se responsabilizando por sua decisão.
3. A independência está intimamente ligada ao quanto você tem decidido sua vida profissional sem influências. É muito comum que no momento de escolher uma profissão ocorram conflitos com pais, amigos e professores, pois as pessoas que gostam de você vão sempre querer o seu melhor. Entretanto, a decisão final precisa ser sua!
O conhecimento sobre si, ou autoconhecimento, refere-se à percepção de suas características pessoais, seus gostos e preferências. É muito importante que você considere seus gostos e preferências e os relacione com as atividades desenvolvidas pela profissão, pensando que quando a gente faz o que gosta os resultados são muito melhores.
O conhecimento da realidade refere-se às informações sobre as profissões; vão desde onde estudar até o salário do profissional. É comum que o medo apareça no momento de decisão profissional. É um sentimento humano que surge, principalmente, diante de situações desconhecidas. Sendo assim, quanto mais você conhecer sobre a profissão e o mercado de trabalho menos medo você terá!
Hoje, o mercado conta com profissionais preparados para auxiliar nesse momento de decisão profissional. O coach de carreira, por exemplo, é um profissional capacitado para ajudar o jovem a perceber seus talentos, habilidades, competências e características pessoais, elevando assim o nível de maturidade para escolher uma profissão. Além disso, trabalha com um olhar macro, focando não somente na escolha da profissão, mas também nas habilidades que o profissional precisa desenvolver para construir uma carreira.
O quanto você tem se dedicado à escolha da profissão? Refletir sobre os cinco aspectos lhe dará uma ideia do quão maduro você está para tomar sua decisão. Pense nesses fatores, mas não esqueça que você não precisa estar 100% pronto… precisa estar 100% comprometido!
Carolina Martins, psicóloga e executive coach (cmcoach@hotmail.com), é idealizadora e coordenadora do projeto (Re)Pensando a carreira.
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