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Por Arnaldo Cheixas
Terapeuta analítico-comportamental e mestre em Neurociências e Comportamento pela USP, Cheixas propõe usar a psicologia na abordagem de temas relevantes sobre a vida na metrópole.
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Dez dicas para uma boa memória de curto prazo

Como não esquecer coisas simples

Por Arnaldo Cheixas
Atualizado em 5 jun 2017, 19h39 - Publicado em 22 Maio 2017, 16h37

No primeiro texto sobre o tema publicado aqui, apresentei resumidamente todo o conhecimento importante que se sabe sobre a memória, que é a capacidade de adquirir, conservar e evocar (lembrar) informações. Com relação ao tempo de armazenamento, a memória pode ser dividida em memória de curta duração e memória de longa duração.

 

É por meio da memória de curta duração que mantemos na consciência por algumas horas o número de um telefone, a explicação de um trajeto, a capacidade de operar a máquina de café de uma repartição pública onde você só precisou ir uma vez etc. No texto de hoje, vou compartilhar dez dicas que vão ajudar você a não ficar na mão na hora em que precisar da memória de curto prazo. Estas dicas incluem atitudes pontuais na hora de manter uma informação acessível à consciência e atitudes voltadas para a saúde e o bem-estar que influenciam fortemente na capacidade de memória de curta duração.

1. Tome nota. Pode parecer estranho sugerir que se tome nota do que precisa ser mantido na memória de curto prazo (“Se eu tomar nota, para que eu deveria manter a informação na memória?”). Mas o fato é que tomar nota ajuda o cérebro a organizar as informações e torná-las mais facilmente acessíveis mesmo quando você não tiver a nota em mãos posteriormente. Você pode, por exemplo, tomar nota de todas as tarefas que você precisa cumprir no dia (altamente recomendável). Conforme o tempo passa, mesmo engajado na tarefa A, você terá capacidade de perceber como esta tarefa se insere no conjunto de afazeres ao longo do dia, o que inclui também as tarefas B, C, D e assim por diante. Tomar notas faz com que você mantenha tudo sempre na ponta da consciência língua.

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2. Repita as informações em voz alta. Quando você pedir a um estranho informação sobre como chegar em determinado lugar, repita a explicação em voz alta tão logo a receba. Além de certificar-se de que entendeu o que foi dito, você terá fortalecido as redes neuronais que garantirão a manutenção das informações na consciência. O mesmo vale para números de telefone, o local onde você guardou momentaneamente um objeto, um conceito apresentado durante uma reunião etc.

3. Faça uma coisa de cada vez. Muitas pessoas se gabam de dar conta de fazer mais de uma tarefa ao mesmo tempo. O fato é que a ciência já demonstrou de várias formas que nosso cérebro é incapaz de processar mais de uma informação ao mesmo tempo por meio da atenção e da consciência. O que acontece quando estamos prestando atenção simultaneamente a duas fontes de estímulo é que nossa atenção se alterna rápida e repetidamente entre as duas, o que significa que, ao final, atentamos apenas 50% do tempo a cada uma delas. Então jamais escute uma notícia no rádio enquanto lê um texto ou qualquer outra combinação, pois você não conseguirá acessar alguma informação relevante em sua memória porque, na verdade, aquela informação nunca foi de fato integrada aos seus sistemas de memória. Atenção dividida, portanto, é uma forte inimiga da memória de curto prazo.

4. Treine seu cérebro. Leituras e jogos que estimulam o cérebro (videogame, palavras cruzadas, xadrez, quebra-cabeças, desafios matemáticos e de lógica etc.), por exigirem o engajamento permanente da atenção, são ótimas estratégias que treinam seu cérebro a evitar distrações e sustentar com exclusividade o processamento consciente das informações relevantes em dado momento. Obviamente cabe apenas a ressalva de que tais atividades não devem tomar demasiado tempo do dia.

5. Durma bem. O tempo (oito horas em média) e a qualidade (sem despertares, ambiente silencioso e escuro, última refeição duas horas antes) do sono estão intimamente relacionados com nossas capacidades cognitivas, sendo o desempenho da memória bastante prejudicado nos casos de privação de sono ou sono de má qualidade. O sono também é importante para garantir outros processos fisiológicos como a imunidade e evitar doenças graves como obesidade, hipertensão, diabetes e depressão.

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6. Coma bem. Uma alimentação saudável é importante para a saúde como um todo. A capacidade de memória de curta duração, especificamente, é bastante prejudicada ao longo do tempo se você tem o hábito de consumir alimentos processados (enlatados, refinados, industrializados de modo geral), especialmente o açúcar.

7. Evite o stress. Sob efeito de índices elevados de cortisol na circulação, que ocorre durante o stress, o sistema nervoso central tem seu funcionamento prejudicado e as funções executivas, como a atenção e a memória, são as que mais rapidamente explicitam esse prejuízo. Portanto, sob stress, você terá dificuldade para manter as informações relevantes na memória de curta duração e acumulará prejuízos nas suas obrigações uma vez que você se tornará menos confiável aos olhos dos seus pares.

8. Seja fisicamente ativo. O sedentarismo está associado a várias doenças e à redução na expectativa de vida. Um dos elementos que compõem este cenário é o prejuízo na memória. Manter-se ativo potencializa sua capacidade de memória de curto prazo, portanto.

9. Não dê murro em ponta de faca. Ninguém pode produzir satisfatoriamente de maneira ininterrupta. Todos nós precisamos alternar produtividade e ócio. Portanto, estabeleça o hábito de garantir paradas no seu trabalho e mesmo nas atividades cotidianas que exigem concentração e uso da memória de curto prazo. Sair para uma caminhada rápida ou um lanche equilibrado na companhia de alguém são fatores que arejam o cérebro e o fazem trabalhar melhor na retomada.

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10. O coringa! Mesmo com uma rotina organizada, é normal que de vez em quando as coisas saiam ligeiramente do controle. Nesses dias o café é uma boa pedida. A cafeína melhora diretamente a memória de curto prazo, a capacidade de atenção e mesmo o humor. Então tome uma boa xícara de café nos momentos em que precisar de uma forcinha, mas obviamente tome cuidado para não abusar do consumo de café porque seus efeitos colaterais (gastrite, ansiedade, alterações na frequência cardíaca) são perigosos.

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