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Uma viagem no tempo às décadas passadas por meio de suas histórias, costumes e curiosidades.
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Dez programas de TV de antigamente direcionados aos jovens

As atrações direcionadas à nova geração de cada época

Por Roosevelt Garcia Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Atualizado em 22 Maio 2017, 17h02 - Publicado em 22 Maio 2017, 17h01

Não importa a época, a juventude tem sua própria linguagem, seus próprios costumes e invariavelmente pensa diferente dos adultos. A televisão sempre soube disso, e programas destinados exclusivamente aos jovens são comuns desde as primeiras transmissões da telinha. De séries que envolvem rock e os costumes dos anos 60 a programas com entrevistas de interesse dos mais engajados à política, aqui está uma lista com dez atrações destinadas a este público, levadas ao ar nos últimos cinquenta anos.

• Jovem Guarda
As tardes de domingo na TV brasileira em 1965 eram mais ou menos como hoje. A principal emissora da época transmitia um jogo de futebol ao vivo. Acontece que os clubes de futebol resolveram proibir a transmissão, alegando que os estádios estavam ficando vazios. Assim, o principal canal da época, a TV Record de São Paulo, ficou com um buraco na programação dominical. Por causa disso, foi criado, e estreou em 22 de agosto daquele ano, o programa Jovem Guarda, que mostraria os grandes talentos da música jovem da época. Era apresentado pelos maiores nomes desse movimento: Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa.
O programa ficou quatro anos no ar. Influenciou tanto a cultura e os costumes dos jovens, que o movimento de rock nacional dos anos 60, o iê-iê-iê, ficou conhecido como “Jovem Guarda” por causa do programa. O trio de cantores recebia toda semana convidados musicais que tocavam o tempo todo nas rádios, como Eduardo Araújo e Sylvinha, Martinha, Ronnie Von, Renato e Seus Blue Caps, Golden Boys, Os Vips, Wilson Simonal, e uma infinidade de estrelas dessa inesquecível constelação.

(Record/Divulgação)

•    Hallellujah
Em 1975, a TV Tupi queria ter um programa musical destinado aos jovens, nos moldes do Jovem Guarda da Record, de dez anos antes. Convidaram para apresentá-lo dois jovens talentos: Silvio Brito, que estava em alta, graças a sua música Tá Todo Mundo Louco, sucesso estrondoso um ano antes. Ele também havia acabado de gravar um compacto duplo com quatro canções, sendo que três delas tocavam o tempo todo nas rádios. O outro apresentador seria um paulista que estava começando a despontar na música graças a um grande sucesso gravado em inglês, a balada Don´t Let Me Cry. Era Mark Davis, que a partir daquele momento passaria a ser conhecido como Fábio Jr.  O programa era transmitidp aos domingos às 19h, antes dos Trapalhões, e teve convidados como Belchior, Zé Rodrix, a banda Made in Brazil e Wanderléa. Ficou no ar por um ano.

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(Tupi/Divulgação)

•    Rock Concert
Uma pesquisa aprofundada, um texto bem escrito e um material audiovisual de qualidade. Assim era feito um dos primeiros programas sérios sobre música da TV brasileira, o Rock Concert, que ia ao ar todas as tardes de sábado, acredite se quiser, na Rede Globo. O programa foi uma espécie de continuação de Sábado Som, mais ou menos nos mesmos moldes, apresentado por Nelson Motta. A pesquisa era feita por Big Boy, um DJ muito popular na época, cuja marca registrada era o bordão “hello crazy people”. Os textos também eram escritos por ele.

A apresentação, sempre em off, era feita pelo cantor Gileno, não outro senão o Leno da dupla Leno e Lilian, conhecidos desde os tempos da Jovem Guarda. Cada programa apresentava partes inteiras de shows ao vivo de grandes nomes do rock, como Kansas, Bachman-Turner Overdrive, Focus, Emerson Lake & Palmer, Led Zeppelin e Jimmy Hendrix, além da história e fatos importantes da carreira de cada um. Ficou no ar por apenas um ano. A partir de 1977, foi retirado para a apresentação da propaganda eleitoral obrigatória, mas não voltou quando o horário político acabou.

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(Globo/Divulgação)

•    Fábrica do Som
Nos anos 80, aos poucos foram surgindo programas alternativos, que começavam a se sentir mais livres e irreverentes, depois de anos de obscuridade imposta pela ditadura militar do país. Um dos melhores exemplos disso foi esse programa, feito por jovens e direcionado a eles.
Gravado em São Paulo, no Sesc Fábrica da Pompéia (daí o nome), e levado ao ar pela TV Cultura, o Fábrica do Som era apresentado por Tadeu Jungle, que não tentava ser engraçado, muito menos omisso. Pelo contrário, incitava sua plateia a agir, correr atrás e fazer a diferença nesse país. Os jovens superlotavam os mais de 1000 lugares do teatro nas noites de terça-feira, quando o programa era gravado.
A atração tinha sempre em suas edições nomes importantes do rock nacional, como Raul, Ira!, Ultraje a Rigor, Paralamas e Titãs, e também flertava com os mais alternativos, a exemplo de Arrigo Barnabé e Premeditando o Breque.
Desorganização? Produção precária? Nem pensar! A Fábrica do Som mudou a forma de se falar com os jovens, e a forma de os jovens falarem com o mundo. Ficou pouco mais de um ano no ar, mas é lembrado e reverenciado até hoje, mais de trinta anos depois, e isso o torna um clássico. Vida longa ao Fábrica!

(Cultura/Divulgação)

•    Matéria Prima
Apesar de ser da velha geração (ele nasceu em 1950), Serginho Groisman sempre teve empatia com o público jovem. Era assim quando apresentava seu primeiro programa, o TV Mix na Gazeta, nos anos 80, e continuou assim nas emissoras seguintes. Seu sucesso e reconhecimento nacional nasceram no Matéria Prima, levado ao ar pela TV Cultura em 1989 e 1990. Sempre tinha convidados ilustres, cuja plateia, formada exclusivamente por jovens e adolescentes, os bombardeava com perguntas sempre relevantes para o assunto do dia. Havia também uma ou mais bandas convidadas, que apresentavam suas músicas para um público exigente e afoito por novidades. Era uma das maiores audiências da Cultura, e só acabou porque Serginho foi para o SBT em 1991.

(Cultura/Divulgação)

•    Realce / Clip Trip
Realce era basicamente um programa de videoclipes apresentado por Beto Rivera e o sarcástico boneco Capivara entre 1982 e 1988, que ia ao ar todos os dias às 18h na TV Gazeta.  Depois, evoluiu e ganhou um auditório, passando a se chamar Clip Trip, mantendo Beto à frente. Ficou no ar de 1989 a 1994.

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(Gazeta/Divulgação)

•    Som Pop
O precursor de programas de videoclipes no Brasil chamava-se TV2 Pop Show, e estreou na TV Cultura de São Paulo, no ano de 1973. O programa era basicamente um rádio com imagens, mostrava principalmente trechos de shows ao vivo, porque o formato videoclipe ainda não estava totalmente definido. O programa manteve a mesma estrutura, quando mudou de nome após alguns anos para RTC Pop Show, pois a TV Cultura passou a se chamar oficialmente Rádio e Televisão Cultura, e o nome do programa simplesmente acompanhou a nova sigla.
Em 1981, se tornou nacionalmente conhecido com o nome de Som Pop. Já com uma linguagem mais televisiva, trazia videoclipes e comentários sobre as músicas apresentadas. De 1989 até seu encerramento em 1993, ganhou um novo formato, agora com a apresentação de Kid Vinil: todas as semanas era escolhido um tema, e todas as músicas apresentadas giravam em torno do assunto escolhido. O programa, que era até então apenas uma coletânea de clipes, passou a ter uma nova identidade, e principalmente, uma forma de ser mais lembrado pelos fãs.

(Cultura/Divulgação)

•    Fora de Controle
No início dos anos 90, a Record levou ao ar um programa com matérias de interesses dos jovens, com abordagens sobre cultura, música e cultura pop, embaladas por uma linguagem moderna que lembrava histórias em quadrinhos. O Fora de Controle infelizmente durou pouco, mas era uma boa fonte de informação para a geração videoclipe.

(Record/Divulgação)

•    Programa Fanzine
Marcelo Rubens Paiva apresentou este programa na TV Cultura, que foi ao ar entre 1992 e 1994, sendo depois substituído por Zeca Camargo. Era direcionado aos jovens, com matérias e entrevistas dirigidas a eles, que lotavam o auditório, sempre ansiosos para participar com perguntas aos convidados de cada edição.

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(Cultura/Divulgação)

•    Programa Livre
Em 1991, Serginho Groisman saiu da Cultura, onde fazia o Matéria Prima, e estrou no SBT fazendo um programa exatamente igual, o Programa Livre, um tipo de atração então inédita na emissora do “Seu Silvio”, e um presente ao público pelas comemorações do décimo aniversário do canal.  Matérias e entrevistas de interesse dos jovens davam o tom do programa, que durou até 2001, mas com outros apresentadores, pois Serginho foi para a Globo fazer o Altas Horas, muito parecido com o que fazia no SBT.

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