Livro reconstitui a história de grandes embarcações no Brasil
'Transatlânticos no Brasil' resgata as viagens marítimas de passageiros desde a primeira linha regular da Europa para cá, aberta em 1851
Em 1953, uma multidão se aglomerou no Porto de Santos para se despedir de parentes e amigos prestes a partir no navio Anna C. O gigante havia começado a operar no Brasil apenas cinco anos antes. Reformado em 1951, tinha capacidade para 1 066 pessoas. Passou a realizar viagens de cruzeiro em 1960 e manteve-se em atividade até 1971, quando foi destruído por um incêndio.
Essa trajetória está retratada no recém-lançado livro Transatlânticos no Brasil (Capivara Editora, 348 páginas, 85 reais), de Carlos Cornejo e Ana Luisa Martins. A obra resgata a história das viagens marítimas de passageiros desde a primeira linha regular entre a Europa e o Brasil, aberta em 1851.
A popularização do transporte coincidiu com a inauguração do Porto de Santos, em 2 de fevereiro de 1892, na área hoje conhecida como Valongo. O primeiro vapor a atracar por ali foi o Nasmith, de bandeira inglesa. A história do cais, no entanto, remonta ao século XVI, quando barcos começaram a aportar nas águas protegidas para fugir do ataque de piratas. Nesses cerca de 120 anos, o local movimentou mais de 1 bilhão de toneladas de cargas.