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Marcos Damigo protagoniza “As Sombras de Dom Casmurro” e escolhe as obras fundamentais de Machado de Assis

O ator paulistano Marcos Damigo, de 42 anos, protagoniza o monólogo “As Sombras de Dom Casmurro”.  O ponto de partida, claro, é o célebre romance de Machado de Assis. Na adaptação de Toni Brandão, o personagem Bentinho revisita o lugar em que estão guardadas suas memórias, conversa com pessoas que participaram de sua vida e […]

Por Dirceu Alves Jr.
Atualizado em 26 fev 2017, 11h59 - Publicado em 14 jul 2016, 15h20
Marcos Damigo em "As Sombras de Dom Casmurro": monólogo no Teatro Pequeno Ato (Foto: Divulgação)

Marcos Damigo em “As Sombras de Dom Casmurro”: cartaz do Teatro Pequeno Ato (Foto: Divulgação)

O ator paulistano Marcos Damigo, de 42 anos, protagoniza o monólogo “As Sombras de Dom Casmurro”.  O ponto de partida, claro, é o célebre romance de Machado de Assis. Na adaptação de Toni Brandão, o personagem Bentinho revisita o lugar em que estão guardadas suas memórias, conversa com pessoas que participaram de sua vida e divide com o público os fatos que o levaram a concluir que Capitu o traiu.

+ Hector Babenco fez teatro para seus amores Xuxa Lopes e Bárbara Paz.

Dirigida por Débora Dubois, a peça pode ser vista no Teatro Pequeno Ato, na Rua Doutor Teodoro Baima, 78, nas sextas, às 21h30, e sábados, às 21h, por R$ 40,00, até o dia 31. Damigo topou falar um pouco para o blog sobre os livros de Machado de Assis que mais lhe emocionam, e a lista, óbvio, é encabeça por “Dom Casmurro”.

“Dom Casmurro” (1900)

“Para mim, a obra-prima de Machado. A admiração só aumentou quando passei a estudá-lo mais profundamente por causa da peça. Umas das coisas mais geniais é que, ao criar uma história cheia de dúvidas e lacunas, justamente pelo fato de o narrador ser uma das partes envolvidas na história, a forma como cada um de nós preenche essas lacunas diz muito mais de nós mesmos que da própria obra. Até a maneira como a crítica evoluiu desde o lançamento até os dias de hoje é bastante reveladora de como se transformaram as questões do livro. Em 1917, por exemplo, Alfredo Pujol adere sem ressalvas à tese de que Capitu teria traído Bentinho. Depois da década de 60, com a publicação do livro “O Otelo Brasileiro de Machado de Assis”, a americana Helen Caldwell, grande admiradora e tradutora de Machado nos Estados Unidos, faz uma defesa de Capitu com tanta veemência que muda completamente o modo de analisar a obra a partir de então.”

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+ Álamo Facó e os últimos dias de Marpe no monólogo “Mamãe”.  

“O Alienista” (1881)

“Foi um dos primeiros livros que eu me lembro de ter lido e marcou profundamente meu modo de ver o mundo pela relativização que Machado faz do que comumente imaginamos ser a sanidade e a loucura. Já estão ali toda a típica ironia machadiana, uma crítica social contundente e uma profunda análise da sociedade humana, com seus jogos de poder e pactos sociais.”

“Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1881)

“Essa ideia de o defunto ser o autor é realmente digna de um escritor genial como o Machado. Temos ali alguém livre da necessidade de acreditar nas máscaras que usamos para viver em sociedade e que, muitas vezes, acabam colando na nossa cara e se confundindo com nós mesmos. Através dele, Machado compõe uma crítica mordaz à sociedade brasileira, assustadoramente atual, inclusive.”

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+ Fernanda Torres em “A Casa dos Budas Ditosos”: “A pessoa mais libertária que temos hoje é o papa Francisco”.

“Esaú e Jacó” (1904)

“Tive a curiosidade de ler esse livro na adolescência porque eu tenho um irmão gêmeo e nele é narrada a história de dois gêmeos, Pedro e Paulo, que brigam praticamente desde o útero até o fim de seus dias. Pedro e Paulo amam a mesma mulher, Flora, e eu e meu irmão também chegamos a namorar a mesma garota na adolescência. Há algo realmente muito curioso nessa relação. É como se você tivesse um duplo seu ao longo de toda a vida, alguém que nasceu em circunstâncias muito parecidas, mas trilhou caminhos distintos. Também me surpreendeu, ao ler o livro, o retrato que Machado faz de um momento muito importante da nossa história, que foi a passagem da Monarquia para a República. Ironicamente, um dos irmãos é monarquista e outro republicano, e eles acabam trocando de lado no fim do livro, o que revela um típico ceticismo machadiano quanto aos assuntos relacionados ao poder.”

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