“Bug Chaser – Coração Purpurinado”: sexo no fio da navalha
O ator Ricardo Corrêa concebeu e protagoniza monólogo, com entrada franca, que discute o risco diante do prazer
O ator Ricardo Corrêa não temeu polêmicas na concepção do monólogo Bug Chaser – Coração Purpurinado. Idealizador do projeto, ele também criou a dramaturgia para falar de um tema urgente: a relação entre risco e prazer quando um homem dispensa o preservativo na prática de sexo com parceiros soropositivos.
A montagem é centrada em Mark, advogado que, durante uma quarentena, passa por uma avaliação em um programa de inteligência artificial. Meio juíza, meio psicóloga, a voz que o interroga (representada por Leonardo Souza) tenta entender as motivações do personagem ao se envolver com portadores do vírus da aids. A embalagem futurista não afasta a plateia das emoções de Mark, pelo contrário. A história é apresentada de maneira direta, crua e, graças ao desempenho intenso de Côrrea, fica fácil se envolver com os relatos em torno das primeiras experiências sexuais, do sofrimento diante da rejeição social e da autopunição a que o personagem se submete. Direção de Davi Reis (70min). 16 anos. Estreou em 6/7/2017.
+ Oficina Cultural Oswald de Andrade. Rua Três Rios, 363, Bom Retiro. Quinta e sexta, 20h; sábado, 18h. Grátis. Ingressos distribuídos meia hora antes. Até sábado (5).