Ubu Rei
- Direção: Daniel Herz
- Duração: 90 minutos
- Recomendação: 14 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
O ator Marco Nanini, a exemplo de Antonio Fagundes, é representante de uma espécie em extinção no Brasil: os homens de teatro. Eles costumam arrastar um significativo público aos seus espetáculos e, em atividade constante, podem acertar ou até errar, mas não se afastam do palco por muito tempo. Assim como o colega, em cartaz com Baixa Terapia, Nanini investe agora em uma comédia, Ubu Rei, escrita pelo francês Alfred Jarry em 1896 e repleta de conexões com a situação política nacional. O ambicioso Pai Ubu não disfarça a afeição pelo dinheiro. Ao lado de Mãe Ubu (interpretada por Rosi Campos), sua mulher, ele doma a covardia que às vezes o paralisa e arma um plano para tomar a coroa do rei da Polônia. De posse do trono, o protagonista manipula a população enquanto rouba o que quer, altera as leis e lima do caminho quem ameaça seus projetos. O inegável talento cômico de Nanini vem à tona especialmente quando ele parte para os improvisos, trazendo referências e frases ouvidas nos noticiários. Mesmo que este não seja um dos seus grandes momentos recentes, o ator diverte a plateia e centraliza as atenções, deixando, inclusive, a experiente Rosi tímida em sua participação. O elenco secundário, formado pela Cia. Atores de Laura, funciona como um coro que sobressai em uma ou outra cena, mas está ali para reforçar o óbvio: o talento do ator principal. Estreou em 18/5/2017. Até 25/6/2017.
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