Roleta-Russa
- Direção: Cesar Batista
- Duração: 120 minutos
- Recomendação: 16 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Lançado discretamente no começo de novembro, na pequena Sala Piscina do Viga Espaço Cênico, o drama de suspense Roleta-Russa se tornou uma das melhores surpresas do fim de 2015. O diretor César Baptista criou uma versão teatral do romance Suicidas, de Raphael Montes, e o resultado é uma vigorosa montagem, que ganha nova temporada, em janeiro, no Espaço Parlapatões. Capaz de prender a atenção do público, a trama enfoca nove universitários, sem maiores problemas pessoais ou financeiros, reunidos em uma casa de campo para um final de semana. Por lá, eles se provocam, usam drogas, dedilham instrumentos musicais e apelam para uma brincadeira com uma arma de fogo. As regras do jogo podem levar a um suicídio coletivo que, em um primeiro momento, todos tinham consciência. Como adaptador, Baptista mostrou um entendimento incomum das diferentes linguagens. Ele transporta a história para o palco com recursos narrativos que facilitam a compreensão do público. O uso de áudios, por exemplo, explica a ação e embaralha propositadamente a noção de tempo. O clima de tensão, tão difícil de ser mantido, também se sustenta ao longo de duas horas graças ao vigoroso time de atores, entre eles Helio Souto, Dan Rosseto, Diogo Pasquim e Felipe Palhares. Se o numeroso elenco de nove artistas não chega a ser uniforme na dramaticidade, pelo menos todos mostram garra para contar uma história e, na maioria das vezes, isso faz a diferença para alcançar um objetivo. Estreou em 7/11/2015.