Rio, Eu Te Amo
- Direção: Fernando Meirelles José Padilha Guillermo Arriaga Carlos Saldanha Stephan Elliot Andrucha Waddington Nadine Labaki Im Sang-soo Vicente Amorim e Paolo Sorrentino
- Duração: 112 minutos
- Recomendação: 12 anos
- País: Brasil/EUA
- Ano: 2014
Resenha por Tiago Faria
Sim, na tela o Rio de Janeiro continua lindo. E melancólico, sombrio, barra-pesada, exótico, exagerado. Esses e outros adjetivos podem ser aplicados, às vezes simultaneamente, aos episódios do longa-metragem Rio Eu Te Amo, que reúne histórias cariocas conduzidas por onze diretores — entre eles, o italiano Paolo Sorrentino (A Grande Beleza), o paulistano Fernando Meirelles (Cidade de Deus) e o mexicano Guillermo Arriaga (roteirista de Amores Brutos). Em vez de maravilhar, contudo, a mistureba de estilos e gêneros aborrece e impõe um ritmo inconstante a esta escala brasileira do projeto Cities of Love, produzido pelo francês Emmanuel Benbihy e iniciado há oito anos no também irregular Paris Eu Te Amo. O voo turbulento pela cidade decola suavemente com o adocicado retrato do encontro entre uma moradora de rua (Fernanda Montenegro) e seu neto (Eduardo Sterblitch). Pouco depois, “zapeia” para o drama modorrento de um casal em crise, vivido por John Turturro (ele próprio o diretor do episódio) e Vanessa Paradis. O cineasta australiano Stephan Elliott (Priscilla, a Rainha do Deserto) opta pela fantasia kitsch ao mostrar um motorista (Marcelo Serrado) escalando o Pão de Açúcar, sem equipamento nenhum, na companhia de um astro de cinema (Ryan Kwanten, de True Blood). Bola fora. Entre os poucos curtas bem resolvidos, salva-se o da libanesa Nadine Labaki (Caramelo), um conto doce sobre um menino de rua que acredita receber telefonemas de Jesus num orelhão. Tal como em Nova York Eu Te Amo (2008), um fio de roteiro costura as tramas, forçando conexões entre os personagens. Só não dá conta de encontrar unidade e graça num painel caótico por natureza. Estreou em 11/9/2014.