Realidades — Desenho Contemporâneo Brasileiro
Resenha por Jonas Lopes
Autor de biografias dos gênios renascentistas,
o italiano Giorgio Vasari
(1511-1574) escreveu que o desenho é o
“pai de nossas três artes — arquitetura,
escultura e pintura”. Esse antigo suporte
segue vivo, como comprova a mostra
Realidades — Desenho Contemporâneo
Brasileiro, em cartaz no térreo e no
3º andar do Sesc Pinheiros. Dezessete
nomes integram a seleção do curador
Nazareno Rodrigues — ele próprio
marca presença com a excelente série
Valentes, formada por registros de fardas
militares ao longo da história. “Trabalhos
de engenharia, invenções científicas e até a invenção da perspectiva, tudo
isso partiu do desenho”, diz.
As soluções encontradas pelos artistas
chamam atenção pela variedade.
Rodrigo Bivar dialoga diretamente com
gêneros tradicionais, a exemplo do retrato e da natureza-morta. Felipe
Cohen aposta em colagens a princípio
abstratas. Ao serem observadas com
cuidado, elas revelam paisagens noturnas.
Fernanda Chieco dá prosseguimento
à sua mistura de erotismo e elementos
mitológicos. Marcelo Moscheta
apresenta o impressionante conjunto
Mégalithes de Bretagne. Nele, desenha
bunkers da II Guerra Mundial localizados
na região da Bretanha (França) e
anota no papel coordenadas que remetem
a ruínas arqueológicas, estimulando
o debate sobre a ideia de verdade e ficção
na criação artística. De 03/02/2011 a 27/03/2011.