Prêmio Brasil Fotografia 2016
Resenha por Julia Flamingo
Nos últimos catorze anos, o Prêmio Brasil Fotografia condecorou 200 profissionais brasileiros. Pela primeira vez, o evento acontece no Espaço Cultural Porto Seguro, onde foi montada uma mostra com obras dos doze ganhadores de sua edição mais recente. Sob a lente da seleção do curador Cildo Oliveira, destacam-se obras como as do paulistano Diego Lajst. Ele é autor de uma sequência de retratos feitos no ano passado em Paris, com refugiados africanos. Os imigrantes só aceitaram posar depois de receberem a promessa de que ganhariam as fotos para tirar o passaporte. Na exposição, as ampliações em formato de 80 por 60 centímetros tornam o olhar desses personagens ainda mais penetrante. Convidada para a próxima Bienal de São Paulo, que acontece em setembro, a brasiliense Bárbara Wagner apresenta o colorido ensaio Crentes e Pregadores. Com um toque kitsch, ela mostra fiéis em meio ao universo em expansão das igrejas evangélicas. Ironicamente, no trabalho de Letícia Ranzani não há fotografias: com base em frases extraídas do aplicativo de namoro Tinder, o público constrói imagens da fisionomia de mulheres que tentam encontrar possíveis parceiros com a ajuda da ferramenta digital. A exposição também homenageia o baiano Evandro Teixeira, que tem no currículo prêmios de concursos internacionais da Nikon e da Unesco graças a trabalhos publicados em veículos como o extinto Jornal do Brasil. O profissional, que continua na ativa aos 81 anos, produziu ao longo de sua carreira flagrantes de personalidades como Carlos Drummond de Andrade e da rainha Elizabeth II em momentos descontraídos. Até 14/8/2016.