Para Gelar a Alma
- Direção: Márcio Araújo
- Duração: 55 minutos
- Recomendação: 10 anos
- Ano: 2015
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Pouco explorado no teatro, o suspense é um gênero difícil de conquistar o espectador. Afinal, é preciso acreditar naquilo que é visto como uma realidade para se surpreender e até sentir medo. Por isso, a ambientação do espetáculo Para Gelar a Alma no Cemitério da Consolação já garante um pouco dessa aura misteriosa e colabora para o resultado da experiência. Com direção e dramaturgia de Márcio Araújo, a peça é inspirada em contos do americano Edgar Allan Poe (1809-1849) aliada às histórias do imaginário popular trazidas pela equipe. O público é recebido na capela da necrópole como se chegasse a um ritual místico, pode tomar um café e é estimulado a pensar em uma pessoa a quem deseja o bem. Na trama, três benzedeiras padecem de uma maldição familiar e driblam a morte constantemente. São elas as primas Ligeia (representada por Abigail Tatit), Berenice (papel de Edi Fonseca) e Morella (a atriz por Zeza Mota), que, um dia, ouviram a profecia que jamais conheceriam a felicidade no amor. O trio alterna sentimentos como frustração, ressentimento, resignação e raiva para narrar a vida que leva e o que poderia ter feito para transformar o destino. Em meio ao oportuno cenário, as afiadas interpretações de Abigail, Edi e Zeza são o principal trunfo da montagem. Não fica difícil acreditar no conflito de cada uma delas, principalmente na amargura e vilania da personagem Ligeia. Estreou em 13/6/2015. Até 2/8/2015.