Osmo
- Direção: Suzan Damasceno
- Duração: 70 minutos
- Recomendação: 18 anos
Resenha por Milena Emilião
Num tanque de água, um homem está submerso em posição fetal por segundos que parecem eternos, até que ele suba para respirar. O clima sombrio da montagem torna-se menos pesado com as primeiras frases de Osmo, personagem-título vivido pelo ator e bailarino Donizeti Mazonas. As irônicas confissões do serial killer às vezes arrancam risada da plateia, mas também provocam mal-estar. É permitido ter empatia por um criminoso? O protagonista baseado no conto de Hilda Hilst deseja narrar sua história e questiona a capacidade de seus ouvintes de entender o que ele diz. Dentro do aquário o tempo todo, o homem permanece nu, mas sua aparente fragilidade se desfaz enquanto se vangloria do próprio corpo, dos seus feitos e da beleza com que realiza os “grandes atos”, como chama a morte. Trata-se de uma peça em que as palavras despertam reflexões. A diretora Suzan Damasceno sabe disso e se limita a usar recursos muito simples e confiar no competente trabalho de Mazonas. Estreou em 21/3/2014.