O Homem do Destino
- Direção: Caroline Fioratti
- Duração: 75 minutos
- Recomendação: 14 anos
Resenha por Dirceu Alves Jr.
Nas palavras do dramaturgo irlandês Bernard Shaw, as mulheres dominam os homens graças ao talento da persuasão há muito tempo. Dois de seus marcantes textos, Major Bárbara (1905) e Cândida (1894), montados por aqui em 2001 e 2008, esboçam essa tese, e O Homem do Destino pode ser incluído na mesma linha feminista. Inédita no Brasil, a comédia dramática escrita em 1897 tem como pano de fundo um incidente histórico na Itália em 1796. Dois dias depois da vitória francesa sobre os austríacos na Batalha de Lodi, Napoleão Bonaparte (papel de Sergio Mastropasqua) procura sossego em uma pousada. A chegada de uma hóspede, a Dama Misteriosa (interpretada por Patricia Pichamone), dá início a uma série de provocações que deixam o general francês balançado em relação aos valores morais e profissionais. Mastropasqua e Patricia defendem com frmeza os personagens, em uma produção repleta de cuidados. A direção de Caroline Fioratti, no entanto, concentrou demais a atenção nos protagonistas e esvaziou a encenação. A atualidade de trechos do texto, como a discussão sobre os incômodos causados pela classe média, passa despercebida. O público precisa se contentar com o bem-vindo, mas aqui limitador, embate de gênero. Com os atores Luti Angelelli, Guilherme Gorski e Thiago Ledier. Estreou em 17/6/2016. Até 7/8/2016.