Noctiluzes
- Direção: Sérgio Sartório
- Duração: 80 minutos
- Recomendação: 16 anos
- Ano: 2015
Resenha por Dirceu Alves Jr.
No começo de 2013, os brasilienses da Cia. Plágio surpreenderam o público paulistano com o pungente espetáculo Cru, que trazia referências ao universo marginal de Plínio Marcos. Com o drama escrito pelo argentino Santiago Serrano, em cartaz no Teatro Pequeno Ato, o grupo comprova ser talentoso e criativo o suficiente para manter a qualidade em uma nova montagem. Ambientada em um píer de uma pequena cidade, a trama é centrada em três misteriosos personagens que se cruzam em uma madrugada. O título “noctiluzes” remete aos vaga-lumes que iluminam precariamente a escuridão em torno deles. Um tanto nervoso, José (papel do também diretor Sérgio Sartório) espera por alguém bastante atrasado. Baltazar (vivido por Vinícius Ferreira) chega com uma pesada mochila e implora para ficar sozinho por lá. A tensão toma proporções inesperadas diante do aparecimento de um velho cego, Tirésias (representado por Chico Sant’Anna), que, discursivo ao extremo, provoca diferentes reações na dupla. Três potentes atores valorizam o texto recheado de metáforas e levado à cena com uma rara unidade e clareza. O grande mérito, no entanto, é oferecer um espetáculo simples e capaz de prender a atenção do espectador, que, curioso, não desgruda o olho do palco antes de conhecer o desfecho da trama. Estreou em 8/7/2015. Até 9/8/2015.