Lastro em Campo – Percursos Ancestrais e Cotidianos
Resenha por Julia Flamingo
Quinze profissionais, entre artistas e pesquisadores, fizeram residência artística no México, na Guatemala e no Panamá, com o intuito de produzir trabalhos a partir das vivências em contextos diferentes do seu. Assim, a mostra apresenta 25 trabalhos, entre instalações, performances, vídeos e objetos, dando ênfase às inspirações mais frescas que o convívio com os novos locais e a experiência de um cotidiano incomum podem suscitar. Note que ali também estão presentes os diários de bordo com anotações dos viajantes, além de cinco iPads que exibem fotos e vídeos originais feitos nas incursões. Dê especial atenção aos trabalhos assinados pelas artistas Mercedes Torres e Maya Dikstein. Em Hydra, Maya mostra uma série de documentos falsificados, com fotos dela mesma vestida como vários personagens. Ela investiga a abundância de ilegalidade no México. Em parceria com Luísa Nobrega, Mercedes apresenta uma instalação com cadernos de linhas vermelhas, facas e fones para remeter poeticamente ao sofrimento dos povos indígenas latino-americanos durante a colonização: quanto mais linhas pintadas nos cadernos, mais vozes clamam pela liberdade. Até 30/7/2016.