Frank Thiel – Nowhere Is a Place
Resenha por Laura Ming
Ele ficou conhecido por registrar as mudanças ocorridas na cidade de Berlim a partir da queda do muro, em 1989. As lentes do fotógrafo alemão Frank Thiel focaram projetos arquitetônicos, andaimes e gruas, ou, mais singelamente, tintas que descascavam das paredes. Evidências de transformações promovidas pelos humanos. Há dois anos, Thiel mudou a temática de seu trabalho e desceu até a Patagônia argentina para fazer uma série na qual a protagonista é a natureza, no caso, geleiras de mais de 2 quilômetros de extensão. O resultado pode ser visto na exposição Nowhere Is a Place, em cartaz na Galeria Leme. Debaixo de mau tempo e a bordo de uma pequena embarcação, ele captou as formações glaciais e explorou suas diferentes formas e nuances. Algumas imagens, de recorte mais fechado, viraram abstrações de volumes azulados. Outras, com objetos menores na composição, permitem observar a dimensão do que está sendo retratado. Todas as dez obras, exibidas em ampliações de até 3 metros de largura, exigem a contemplação paciente do visitante. É surpreendente notar os riscos coloridos, as manchas escuras e as mais imprevisíveis estruturas. Apesar da estética antagônica, conceitualmente este trabalho se assemelha à antiga produção do artista pelo interesse em documentar a transformação. As geleiras não ficam paradas no mesmo lugar e sofrem erosões como montanhas. Detalhes que só um olhar aguçado pode notar. De 13/5/2014 a 21/6/2014.