Expo 14/15
Resenha por Laura Ming
Tudo ali parece familiar, mas traz alguma característica impossível. Pode ser uma mão com apenas quatro dedos, pintada por Rodolpho Parigi, ou uma pedra sendo cortada por um fio de linha, trabalho de Michel Zózimo. As dezessete obras que compõem a mostra Expo 14/15, em cartaz na Galeria Bolsa de Arte, exploram formas orgânicas irreais. O conjunto reúne peças de artistas importantes, entre eles Hugo França, Sofia Borges e Regina Silveira, mas é difícil não se sentir perdido no local, já que a seleção carece de unidade. O título numérico se refere ao período em que a mostra fica aberta (a virada do ano). Não há, no entanto, texto explicativo sobre ela. A impressão é que as obras estão perdidas pelo espaço. “Pensei a exposição como as feiras internacionais do início do século XX, às quais o público ia para conhecer as novidades e ver curiosidades”, conta o artista gaúcho Luiz Roque, responsável pela curadoria. Pensando assim, não faltam itens inusitados que atendem à proposta. Alguns têm valor individual que justifica a visita, a exemplo da criação de Nino Cais formada por uma mala sobre um manequim cortado ao meio. Outro destaque é And Then (I Shut My Eyes), uma escultura de fibra de carbono do gaúcho radicado em Nova York Saint Clair Cemin. Dia 12/1/2014. Até 14/2/2014.