Erwin Blumenfeld – Blumenfeld
Resenha por Laura Ming
O interesse pelo dadaísmo e pelo surrealismo influenciou as fotografias de Erwin Blumenfeld (1897-1969) até o fim de sua vida. Alemão que se mudou para Nova York para fugir da guerra, esse expert em moda recorria a colagens e sobreposições de imagens nos ensaios que produzia para as maiores revistas da época. O resultado inovador aparece nas 151 fotos exibidas em Blumenfeld Studio: New York 1941 – 1960, no Museu de Arte Brasileira da Faap. A visita já vale a pena só para conferir os belos figurinos e os registros que ele fazia da mulher americana em tempos de guerra e logo depois dela. São personagens fortes, que se apoderavam do mercado de trabalho, alistavam-se no Exército ou viviam o dilema de esperar o noivo voltar dos campos de batalha. Comparadas com capas de publicações femininas atuais, que trazem modelos em poses plastificadas, as produções de Blumenfeld mostram mulheres mais emancipadas e cheias de atitude. Ele ainda subvertia a lógica fashion ao desconstruir a silhueta da manequim, conquistando uma aparência cubista, e tirar o foco das roupas para privilegiar as formas. Na campanha realizada para a Cruz Vermelha, por exemplo, o vidro jateado faz com que o figurino e a modelo sejam apenas insinuados e o símbolo da instituição fique em primeiro plano. Também é interessante ver como o artista manipulava as imagens em tempos pré-Photoshop, com tesoura e tinta, e como sua obra continua a influenciar tantos fotógrafos. Até 18/1/2015.
Reconhecimento: Blumenfeld chegou aos Estados Unidos em 1941, sem falar inglês, mas suas produções de moda o consagraram e ele se tornou, na época, o fotógrafo mais bem pago do mundo.