Do Coração da África
Resenha por Laura Ming
Em 2013, o professor de física Manoel Robilotta doou ao Masp 55 belas peças africanas amealhadas ao longo de anos em casas de leilão. O museu exibe agora 49 itens desse conjunto em Do Coração da África. Todas as obras são exemplos da cultura iorubá, presente na Nigéria, Benin e Costa do Marfim. São adornos, objetos religiosos e esculturas produzidos na primeira metade do século XX para fins utilitários, ou seja, não idealizados como arte. Os orixás — divindades ligadas à natureza — aparecem decorados com miçangas e conchas. Suas formas serviram de inspiração para a produção de arte moderna, como o cubismo de Picasso. Algumas das entidades esculpidas encontraram representações na religião católica no Brasil. Os ibejis, por exemplo, são divindades gêmeas, que no sincretismo brasileiro equivalem a Cosme e Damião. A mostra, diferente das que o Masp costuma apresentar, dialoga com muitas peças de seu acervo. Estreou em 11/7/2014.