Cópia Fiel

VejaSP:
  • Direção: Abbas Kiarostami
  • Duração: 106 minutos
  • Recomendação: 14 anos
  • País: França/Itália/Irã
  • Ano: 2010

Resenha por Miguel Barbieri Jr

Antes ou depois do premiado e controverso “Gosto de
Cereja” (1997), o cineasta iraniano Abbas Kiarostami
quase sempre manteve o foco nos problemas e no povo de seu
país — tanto em ficções, caso de “Através das Oliveiras” (1994),
como nos documentários, a exemplo de “10 sobre Dez” (2003).
De uns anos para cá, o diretor decidiu radicalizar ainda mais.
No dificílimo “Shirin”, de 2008, fez um registro das expressões
faciais de uma plateia feminina diante da exibição de um filme
romântico. Há algo também de inusitado, complexo, original
e bem mais animado no drama “Cópia Fiel”, que deu a Juliette
Binoche o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes do
ano passado.
Em sua primeira fita rodada na Europa, Kiarostami
acompanha a jornada de uma francesa na Itália. Dona de uma
galeria em Arezzo, na Toscana, a quarentona interpretada
por Juliette assiste, por vezes distraída, à palestra do escritor
britânico James Miller (papel do barítono William Shimell).
Trata-se de uma apresentação calorosa sobre as obras de arte e suas reproduções, as tais cópias fiéis. Após um breve encontro
em sua loja, a personagem leva James para um passeio no
encantador vilarejo de Lucignano. Tudo se passa num único
dia. No bate-papo com a dona de um café, a protagonista muda
o rumo da trama dizendo ser mulher do escritor. Os diálogos
entre eles, antes impessoais e na língua inglesa, passam a ser
em francês e atingem esferas mais íntimas.
Quanto há de verdade e mentira no argumento de
Kiarostami? Talvez nem mesmo o próprio fosse capaz de
revelar. E é justamente sob o signo do insolúvel que faz a
brincadeira de “Cópia Fiel” ficar ainda mais curiosa e fascinante.
Em formidável jogo de cena, os dois atores (sobretudo
Juliette) se desdobram para dar conta de atuações sob longos
planos-sequência, uma especialidade do realizador, aqui se
reafirmando como um dos mais instigantes do cinema atual. Estreou em 18/03/2011.

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